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Muyaka
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Territórios Livres - A Invasão Bárbara - Página 3 Empty Re: Territórios Livres - A Invasão Bárbara

Ter maio 01, 2018 10:14 am
Han acenou positivamente, concordando com o rei. Ele se afasta de todos e fica num ponto da tenda onde pode ser visto por todos.

Era a primeira vez que eu viajava pelo mundo, alguns poucos anos após a minha transformação. Eu, que apenas havia vivido na vila onde nasci, vi a oportunidade de chegar onde jamais havia chegado.

Infelizmente, não sabia nada sobre o avanço dos romanos nas terras livres e num fatídico dia, encontrei um grupo de legionários.

Me recordo bem daquela noite. O céu estava esplendidamente claro, a lua estava cheia e o clima era bastante ameno, eu sentia a brisa tocar meu corpo como uma amante toca o corpo de seu companheiro. Eu caminhava por uma das estradas, silenciosamente, até vislumbrar ao longe um acampamento. Continuei a seguir, pois, não vi motivos para recuar, estava apenas de passagem.

Quando passei em frente ao acampamento, um grupo de homens se levantou e passou a me observar. Eles gritavam e gesticulavam, entretanto, eu não entendia. De repente, de uma das tendas, saem cinco homens, que logo identifiquei serem algo a mais. Um deles falou comigo e eu apenas ignorei, seguindo meu caminho, até que um deles sacou sua espada e a apontou para mim.

Eu falei para me deixarem em paz, contudo, acho que não entenderam. Os cinco se aproximaram, desembainhando suas armas. Eu sabia que estava numa posição delicada e já estava cercado. Usei os dons que sabia até então. Meus dedos se alongaram e se transformaram em garras. Houve uma comoção ainda maior. Os cinco avançaram sobre mim ao mesmo tempo.

Eu não sei por quanto tempo lutei. Havia derrubado dois deles, entretanto, já estava cambaleando, quase caindo. Lembro de suas risadas e dos mortais pegando tochas para me atacar. Lembro-me de cair no chão e virar para o alto, para ver a lua uma vez mais antes de partir para o mundo dos mortos, quando de repente, a cabeça de um deles simplesmente cair e rolar no chão. Os outros dois nem tiveram tempo de ver o que acontecia, pois, tiveram as suas cabeças decepadas sem a menor resistência. Os mortais corriam e gritavam, até que suas vozes eram caladas e o único som que saia de suas gargantas era o suspiro da morte. Eu estava imóvel, ferido a tal ponto que já não conseguia me mover e então, surgiu no meu campo de visão Hannibal, sujo de sangue romano, porém, com um sorriso de satisfação nos lábios...

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Ter maio 01, 2018 10:57 am
* O Eremita narrava o conto e era notório através dos olhares dos ouvintes que suas palavras possuíam o dom de encantar e atiçar os corações a seu redor. Mesmo o Rei, em toda a sua presença marcante, curvava-se as palavras de Han como uma criança a ouvir as histórias contadas por seus pais. Antes do clímax do conto, um homem adentra à tenda.

Tratava-se do xamã de Odoacro, Bhallaire, aquele que é considerado o sumo sacerdote de Varla - a Vermelha, Deusa da natureza e dos povos livres. A visão daquele homem era sempre impressionante, os crânios que lhe adornavam o elmo e os ossos que compunham suas vestes junto à mortalha negra lhe davam um ar místico e tenebroso. As pinturas faciais que escorriam de seus olhos até o queixo contrastavam com os rubros olhos, brilhantes como rubis a cortar a escuridão da noite. Sua voz era rouca, baixa e sempre cansada*


- Meu Rei, desculpo-me pela interrupção mas há um vampiro que clama por audiência. Dázbov, do Clã da Noite, deseja falar-lhe assim como a Hannibal Barca.

* O Rei demonstrou alguma surpresa, afinal estiverem em Mecca não muito tempo atrás.*

- Diga-lhe que entre, Bhallaire.

* O Xamã deixa a tenda e retorna à presença do Lasombra, indicando-o que seria recebido. Dázbov nota, ao entrar, que a tenda é ocupada pelo Rei, Odoacro, por Hannibal Barca e também por três homens. Um deles com cabelos loiros e uma armadura de couro desgastada, de aparência marcante e bela. Os outros são parte da visão comum neste acampamento. Cabelos e barbas emaranhadas e vestes desgastadas, além de um aspecto animalesco em seus modos.


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O Rei o recepciona, estendendo o grande braço direito para um aperto de punhos cordial*


- Dázbov. A que devemos a presença daquele que lidera um dos grupos dispostos a destruir Roma e o que ela significa? Não esperava revê-lo tão brevemente.
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Ter maio 01, 2018 12:00 pm
Dázbov adentra a cabana com calma, estendendo o braço para cumprimentar Odoacro. Acena brevemente com a cabeça para os outros presentes antes de falar. Não era um local muito diferente daquele que estava acostumado, dado que seu povo também era um povo do norte, do frio. Se sentia cada vez menos como Dázbov. No entanto, ainda era o Deus de Ai-Pétri, vestido somente com uma longa túnica branca que combinava com os cabelos, igualmente alvos, e a pele albina. Sua face era inexpressiva como de costume e os profundos olhos azuis se moviam muito pouco.

- Rei Odoacro, venho aos seus domínios essencialmente por dois motivos. O primeiro é para entregar-lhe o objeto que permitirá a comunicação entre os cainitas que eram presentes a Meca. Qaphsiel, Ahrmad eu e vossa majestade poderemos superar as distâncias que nos separam e, desta forma, tornar as nossas frentes mais efetivas.

Estendeu a mão branca, entregando o cristal para Odoacro. Olhou rapidamente para Hannibal.

- O segundo assunto, vossa Majestade, é que venho para parlamentar com Hannibal Barca. A Frente das Sombras precisa de informações acerca de um cainita, e possivelmente Hannibal seja o um dos poucos que pode nos fornecer o que precisamos.

Olhou rapidamente para o homem que não conhecia e depois manteve o olhar sobre Odoacro, à espera de uma resposta.
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Ter maio 01, 2018 12:44 pm
* Dázbov sentiu o peso natural da mão de Odoacro a envolver-lhe o braço. Ainda que forte, o cainita de Ai-Petri notava que nas mais simples tarefas, como um cumprimento, aquele cainita corpulento se controlava para não exercer uma descomunal força.

Odoacro pegou o Cristal e o olhou com curiosidade. Prontamente, o Xamã decretou*


- Feitiçaria, meu Rei.

* O Rei dos povos livres não demonstrou nenhuma reação, além de continuar a observar o objeto cristalino entre seus grandes dedos e questionar*

- E como este pedaço de pedra brilhante fará isso, Dázbov?

* Em seguida, foi tempo do agora chamado Aulus Otavius notar um sorriso desvanecer da face de Hannibal Barca acompanhando a sua permanência na tenda. O Brujah ergueu a voz.*

- Perguntes o que desejas saber, Lasombra.
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Territórios Livres - A Invasão Bárbara - Página 3 Empty Re: Territórios Livres - A Invasão Bárbara

Qua maio 02, 2018 2:37 pm
Dázbov ignorou a constatação, razoavelmente óbvia, do Xamã. Respondeu a Odoacro.

- Através das Artes dos Filhos de Alamut, Rei Odoacro. Foi Ahrmad quem a idealizou. Funcionará no momento em que vossa Majestade deposite uma gota do vosso Sangue no cristal, exatamente como fizemos. Posteriormente, basta concentrar-se e falar com qualquer um de nós.

Dázbov olhou de relance para Hannibal, mas continuou olhando para Odoacro.

- Foi essencial que Ahrmad o tivesse proposto. Foi somente desta forma que descobrimos que a Governadora Provincial Ta-Urt não era quem dizia ser. Quando desmascarada, assumiu sua identidade de Filha de Set, tanto a nível de Clã quanto literalmente. Sobrevivemos às suas agressões, mas a sua existência é uma soma às nossas preocupações, que só parecem se avolumar.

Interrompeu a fala e esperou que o Rei respondesse.
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Qua maio 02, 2018 8:07 pm
* Foi o Xamã que se precipitou*

- Absurdo. O Rei depositar seu valioso sangue nesta pedra que permanecerá em mãos estrangeiras é completamen...

* Odoacro levantou a mão e, em silêncio, encostou o próprio polegar em  um de seus alongados caninos que lembram os dos grandes felinos e depositou uma gota de seu sangue em ambos os cristais. O que ficaria com ele próprio e o outro que permanecerá com Dázbov. Sua voz ecoou, grave e imponente como sempre*

-  Que Rei seria eu se me negasse a correr os riscos que os meus aliados já assumiram? Bhallaire, não retornes a falar antes de mim.

* O Olhar de Odoacro foi severo. Instintivamente, até mesmo a besta de Dázbov - ao qual aquele olhar não fora direcionado - sentiu-se acuada. O Xamã recolheu-se, dando um passo atrás. O Rei devolveu um dos cristais ao Lasombra*

- O que dizes é grave, Dázbov. Neste caso a maldita serpente conhece nossa aliança e atuará, se já não o estiver fazendo, contra ela. É necessário que ela seja destruída, o quanto antes.

* Aníbal espera o Rei encerrar e se pronuncia*

- Será, muito em breve e por minhas próprias mãos. Assim que meus homens passarem com segurança por Alexandria. Devo explicações a esta aliança e não me furtarei em dá-las.

- Nos últimos meses, Marcus Verus fechou o cerco em terras mais abaixo de Alexandria, terras estas nas quais meus homens se encontravam. Os Romanos impediram a passagem de provisões e atacaram as tribos que me seguem com números superiores em cinco para um. Os homens pelos quais luto e mantenho a minha honra morriam, pela guerra ou pela fome.

- Marchei, sozinho e sem aliados, contra as suas legiões. Protegiam-se com fogo e aríetes de guerra durante a noite e massacravam os meus durante o dia. Eu perderia a todos, se continuasse.

* Hannibal Barca fez uma pausa e olhou para Dázbov por algum tempo.*

- Não me orgulho da ação necessária que tomei. Ainda assim, em prol das tribos livres do sul, eu a fiz. Ta-Urt é uma Setita e eu detinha este conhecimento durante o Conclave. Temos um acordo, somente porque possuo algo que ela deseja e a Serpente é a única capaz de garantir passagem segura à meus homens, que fogem do massacre causado por Verus e suas legiões.

- Capturei uma cria de Ta-Urt, meses atrás. Aparentemente, a única criatura pela qual ela possui um apreço maior que ao Império. É minha barganha por provisões e pela passagem dos meus guerreiros para que cheguem ao Deserto e de lá possam juntar-se ao exército de Odoacro.


* Ele inspira profundamente*

- A Guerra exige concessões, algumas delas mais extenuantes que outras. A culpa pela situação com Ta-Urt recai sobre mim, assim como a responsabilidade pelo meu povo.

* O Rei parece pensar, mas não se pronuncia e destina um olhar à Dázbov, aquele que trouxe a mensagem e possui maior conhecimento sobre o assunto*
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Qui maio 03, 2018 4:30 am
O eremita observava toda conversa de forma compenetrada, sua expressão mantinha-se serena, apesar da exaltação do xamã e da resposta enérgica do rei.

Enquanto observava, alguns pensamentos corriam em sua mente... Por um lado o xamã está correto, não se pode confiar assim e acabar dando uma oportunidade ao inimigo, além do mais, o que o rei entende de feitiçaria? Por outro lado, não pode demonstrar fraqueza ou receio, considerando que seus pares fizeram a mesma coisa... Enfim, é a decisão do rei que vale... Uma pena Hannibal precisar barganhar com a setita apesar de que eu faria o mesmo por meu povo e quem sabe, iria mais além, contudo, isso vai acabar, em alguns dias... Ainda assim, ele se colocou numa posição delicada. Vejamos o que os deuses reservam par nós...
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Sex maio 04, 2018 12:02 pm
Dázbov quase deu um passo para trás diante da autoridade de Odoacro. Quase, porém. Era inegável que o Rei era um grande cainita, orgulhoso de seus próprios feitos e honrado nas suas ações. Dázbov percebeu que admirava o Gangrel. Retomou das mãos do Rei o cristal que era de sua propriedade e ouviu, com extrema atenção, as palavras de Hannibal Barca. Quando o Brujah terminou, Dázbov respondeu, diante do silêncio do Rei. Continuava a não ter uma expressão definida em sua face, embora internamente considerasse Hannibal um idiota.

- Sim, vossa Majestade, é muito provável que Ta-Urt já esteja agindo contra nós. Por isto mesmo é necessária a comunicação entre as duas frentes. Precisamos abrir mão de nossos temores e confiar em nossos aliados. Somente desta forma avançaremos.

Olhou para Hannibal.

- Confiança que não foi demonstrada por Hannibal. Entendo e reconheço a nobreza em preocupar-se com seus homens, mortais que não possuem a mesma capacidade de defesa de que nós possuímos. No entanto, suas ações colocaram a todos nós em risco iminente, Hannibal Barca. Não só em razão do vazamento de nossos planos, mas risco físico. Ta-Urt poderia ter organizado um ataque surpresa ao Conclave. Na verdade, se eu estou aqui neste momento e Ahrmad e Qaphsiel seguem a Serpente pelas areias escaldantes do Egito, é por pura sorte.

Voltou o olhar para o Rei.

- Não nos esqueçamos que é exatamente desta forma que operam as Serpentes. Nos colocam em uma situação de absoluta necessidade, somente para nos mostrar a saída em um segundo momento. O preço a pagar, contudo, é comumente alto. Arrisco dizer que Ta-Urt e Marcus Verus tenham pensado coletivamente, Hannibal, somente para prender-te em uma dívida. É o truque mais básico dos Setitas que, incrivelmente, continua a funcionar. Noite após noite. Não questiono sua abnegação e sua honra para com seus seguidores, porém. Ao contrário, as admiro. No entanto tais sentimentos não podem eclipsar as relações entre a Família, é sob a égide destas relações que devemos tomar nossas decisões.

Voltou a olhar para Hannibal.

- E sobre a cria de Ta-Urt, bem, eu não consigo ver nos Seguidores de Set apreço por nenhuma coisa que não seja a eles mesmos, a nível pessoal, e ao seu Deus obscuro.

Abriu um meio sorriso diante da palavra "obscuro".

- Minha missão aqui está completa, Rei Odoacro. Estaremos em comunicação permanente no tempo que virá, e isto me agrada. Sigo, agora, para as Províncias Romanas, numa tentativa de acumular conhecimento sobre as fraquezas de Besta. Se existir mais alguma coisa que eu deva saber ou opinar sobre, estarei feliz em permanecer por mais alguns momentos.
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Sex maio 04, 2018 9:39 pm
* Hannibal ouviu, passivo, todo o discurso de Dázbov e ao fim dele, com a voz em tom baixo, iniciou o seu próprio*

- Falas com muita sabedoria sobre os Setitas. O que sabes sobre eles? Já caminhou em suas terras e vislumbrou o que fizeram e fazem? Quantos deles encontrou e avaliou com o teu senso crítico? São, sim, serpentes ardilosas e perigosas. Mas não descartemos as individualidades de cada cainita. Afinal, é Dázbov o reflexo exato de Boukhepos, o Grego? Não, certamente não. Tenho minhas razões para crer que Ta-Urt fará o necessário para que sua cria se mantenha inteira, sob os meus cuidados.


- Falas de eclipses entre as relações da Família. O que sabes sobre elas, Dázbov, o Lasombra? Não foram os teus que forjaram Roma com suas próprias mãos sombrias? Não foram os seus que subjulgaram os povos ao redor do mundo, apoiados pelos Ventrue e pelo patético Clã da Rosa? Não são os mesmos filhos da escuridão que até muito poucos anos sentavam-se no Senado Eterno e deliberavam sobre escravidão, morte e conquista?

- Poupe-nos de teu discurso hipócrita e vazio sobre confiança. Talvez de sua montanha gelada e fria não tenhas visto o que a sua linhagem de fato representa. Os seus buscam agora derrubar uma Roma que lhes fugiu ao controle. Por um senso qualquer de justiça!? Não, Dázbov, não. Tua família a quer ver em cinzas somente porque perderam, para os Ventrue, o controle do Império. Viram os de Sangue-azul serem mais hábeis, mais espertos e ocuparem os postos de real relevância enquanto sua família caiu ao limbo do esquecimento e da pequenez dentro da besta que vocês mesmos criaram.

- Qaphsiel e Arhmad perecerão se caminharem ao Egito, sozinhos, para caçá-la. Eles, e tu, não possuem a mínima ideia do que encontrarão naquelas terras. Interrompa, imediatamente, o avanço deles. Salve-os e fiques certo de que assim que meus homens completarem a travessia das areias, eu mesmo a destruirei.

- Não permitirei que o Assamita e o Salubri coloquem meus homens em risco, invadindo aquele território antes do momento adequado. Restam cinco dias e noites para o fim da travessia das areias do Egito.



* Odoacro ouve ambos e com um olhar austero que passa pelos presentes, conclui*

- Não possuo o interesse, ou mesmo o direito, de julgar as ações que antecedem a Aliança formada contra os romanos. Fostes imprudente , Hannibal, quanto à Serpente embora o tenha feito ao lutar por teu povo. E não é por isso que lutamos? Pelos povos que são livres e passaram séculos a serem esmagados pela Águia Dourada?

* O Rei ergueu os ombros, ficando mais ereto e ainda maior. Perceberam todos que até o momento ele se mantinha curvado, propositalmente, para que ficasse da altura média dos presentes. Ao levantar-se completamente, seu grande e largo corpo só não impressionam mais do que seus olhos fendados, como os de um leão acometido pela luz*

- Ouçam-me com atenção, pois me desagrada ter que falar palavras tão óbvias.

- Esta guerra será vencida por todos os que ostentam a liberdade e a força para enfrentá-la e eu não tolerarei inimigos, velados ou não, dentro dos limites do meu olhar.

- Uma vez que a aliança foi forjada, minhas palavras anteriores não mais cabem. Sejam indiretos e morrerão sob minhas garras. Tracem alianças escusas longe de meu olhar e conhecimento e serão destruídos. Hajam com falsas intenções e vejam seus corações serem arrancados por mim.


* Seus olhos fendados tornaram-se ainda mais estreitos e os longos caninos pareciam como os do mítico leão Dente-de-Sabre*

-  A Serpente nos prejudicará, de uma forma ou de outra, e já teve o tempo necessário para fazê-lo conhecendo a Aliança formada. Esta problemática recai sobre ti, Aníbal.

- Dázbov, avise a Arhmad e Qaphsiel para que aguardem os cinco dias citados antes de seu ataque. Não há sentido em atacar agora e vê-los perecer. Somente perderíamos ainda mais homens e moral para as batalhas vindouras. Concederei o tempo necessário para que os homens de Hannibal Barca deixem aquelas terras e...


* O Rei voltou-se à Aníbal*

...Nenhum tempo a mais.

* Odoacro volta a olhar Dázbov*

- Sou grato por vossas informações e por esta pedra. Me informe de vossos avanços dentro do Império dos Romanos e eu o informarei dos rumos da guerra.
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Sáb maio 05, 2018 5:52 am
Dázbov ouviu com atenção Aníbal sem, contudo, expressar nenhum julgamento. Não o interrompeu. Ouviu, em seguida, as palavras de Odoacro. Realmente admirava aquele cainita, e sua expressão deixou claro isso. Diante do fim da fala do Rei, fez uma mesura com a cabeça.

Havia optado por não discutir com Aníbal. Não estava ali pra debater sua natureza, seus pensamentos ou os erros e acertos do Clã da Noite. Além disso, algo em seu Sangue o fazia detestar o outro cainita. Não obstante, o Deus de Ai-Pétri era um conciliador, um diplomata por natureza. Lhe faltava experiência, é verdade, e convívio com os outros Clãs. Mas Dázbov sempre havia confiado nas memórias de Borghav e nos seus estudos sobre a natureza da Família e dos Clãs de Caim. Sabia também que Aníbal era movido por ressentimento, e isto cegava o seu julgamento. Foi somente esta dimensão da natureza do Brujah que norteou sua breve resposta.

- Não estou aqui para discutir vossas acusações, Aníbal Barca. Minha tarefa já foi cumprida. Você é livre para pensar o que desejar acerca de minha Família, assim como é livre para basear seu julgamento nas velhas feridas que lhe afligem. Contudo, nossa tarefa é pensar o futuro, e não o passado. Lhe desejo temperança e sabedoria nas noites que virão. É tudo.

Voltou-se para Odoacro.

- Atenderei teu desejo, Majestade. Aliás, através do cristal, vossa Majestade pode se comunicar diretamente com Qaphsiel e Ahrmad. Creio que a sensação de urgência será melhor transmitida pela vossa voz, ao invés da minha. Será também uma oportunidade de entender o funcionamento do objeto. Não se preocupe, Rei Odoacro. Estaremos em contato estreito e constante no decorrer dos próximos meses. Agora devo partir. Minha estrada me leva a pontos distantes e o quanto mais cedo eu começar a minha peregrinação, maiores as nossas chances de sucesso. Foi uma honra e um privilégio conhecer o Rei do Norte. Longa vida a Odoacro e aos seus homens. Que a Noite os proteja e que os inimigos clamem por misericórdia sob vossas espadas.

Se nada mais for dito, Dázbov deixará a barraca, afastando-se do acampamento e abrindo o Abismo em direção ao Castelo de Siracusa.
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Sáb maio 05, 2018 11:30 am
* Odoacro apenas assente e Dázbov deixa a tenda com um misto de sensações divergentes acerca do Rei e do Brujah que compõem a Aliança.*




* Após a saída do aliado sombrio, Odoacro deposita um olhar mais brando sobre Han. A continuidade daquela história poderia acalmar os ânimos no interior da tenda, imaginava o Rei.*
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Seg maio 07, 2018 5:45 am
O eremita observa em silencio o desenrolar da conversa entre os três cainitas. Seu semblante apesar de calmo, transparecia a tristeza que sentia por Aníbal. Ele sabia que seu amigo havia errado, apesar de tê-lo feito pensando em seu povo. Temeu, por alguns instantes, que o visitante entrasse num debate com o brujah, pois, se de fato atingisse Aníbal com palavras duras, o mesmo poderia perder o controle e o que era ruim, poderia se tornar ainda pior. Meu amigo, se quiseres, posso ajudá-lo em sua viagem, aqui nas terras livres pouco sentirão a minha ausência, já que os dois cainitas mais poderosos que conheço estão juntos do nosso povo. Ele direciona o olhar para Odoacro Há algo que eu possa fazer, meu senhor, para apaziguar vosso ânimo?
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Seg maio 07, 2018 8:08 pm
* O Rei ouve seu descendente e o responde, enquanto sentou-se sobre a pele de um urso que jaz no chão da tenda*

- Nos agracie com o fim da história, Han. Tenho certeza que suas palavras trarão de volta o clima amistoso ao qual nos encontrávamos.

* Os demais presentes, Berenhal, Gannicus e Hannibal se põem a ouvir. Embora a face do Brujah que o eremita conhece tão bem estivesse desenhando a ira presente em seu coração*
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Sáb maio 12, 2018 5:57 am
O eremita acomodou-se num canto da tenda, sentado sobre um tronco cortado, que servia de banco. Ele parou alguns instantes, para lembrar em que parte sua narrativa havia sido interrompida pelo visitante branco. Ele fechou os olhos, respirou fundo e continuou a história, com sua voz rouca e calma.

Eu pouco conseguia me mover, apenas os olhos abriam e fechavam, devido a quantidade de ferimentos que havia recebido dos romanos. Aníbal continuava a me observar, enquanto eu me curava lentamente dos ferimentos, naquela época, era novo e demandava um certo esforço curar os ferimentos. Ele me observava em silêncio e esperou até que eu tivesse completamente recuperado para então falar comigo. "De onde vem viajante, não sabes que estas estradas são perigosas, ainda mais para um homem livre." _ Perguntou-me. "Andando e conhecendo a extensão das terras até o limite, onde encontra as águas." Lhe respondi.

Conversamos por um tempo e ele se identificou. Eu já havia escutado sobre Aníbal e fiquei admirado em finalmente conhecê-lo. Pedi a sua permissão para que o acompanhasse por um tempo, para aprender mais sobre nossa natureza, sobre como os cainitas se organizavam longe das terras livres e também sobre a história da grande lenda, o próprio Aníbal. Viajamos juntos por diversas noites e pude aprender bastante, inclusive sobre a arte do combate. Em determinada noite, avistamos um grande acampamento ao longe, certamente haviam mais de mil homens nele. A lua cheia brilhava num céu límpido, sem nuvens, sobre as nossas cabeças. Uma brisa chegava até nós, carregada com o perfume de Vitae dos legionários. Do alto da campina, Aníbal finalmente me confessou que estava ali atrás de um cainita que havia estado em Cartago, na noite de sua derradeira queda.

Ele mal podia se conter, seu corpo e sua alma estavam dedicadas àquele momento. Quando pensei que ele faria uma estratégia para entrar no acampamento, ele me convidou para nos aproximarmos mais. O cheiro de carne assada e bebida forte chegaram até nós, além do som alto das risadas dos legionários, que comemoravam mais uma invasão bem sucedida. Em determinado momento, pude ver um grupo de crianças amarradas em troncos e algumas mulheres, não muito longe de seus filhos, sendo constantemente violadas pelos soldados. Eu senti algo se movimentar dentro de mim e, possivelmente, Meu companheiro também. Apressamo-nos até ficarmos visíveis aos olhos dos soldados.

"GALEANO!!!" "GALEANO!!!" Gritava Aníbal. "EU SEI QUE ESTÁS AQUI! NÃO SERÁS O PRIMEIRO E TAMPOUCO O ÚLTIMO A CAIR!!! ENFRENTA-ME AGORA, OU VEJA SEUS LEGIONÁRIOS MORREREM DIANTE DOS TEUS OLHOS!!!" Sua voz soou imponente em toda a extensão do acampamento. Os homens se calaram e olharam para a figura, escura como a noite, que gritava a plenos pulmões seu desafio. De imediato, os soldados, pelo menos os sóbrios, organizaram-se como destacamento. Alguns cainitas se organizaram também, prontos para atacar. O tempo passou vagarosamente, ou ao menos, pareceu. Eu e Aníbal parados, aguardando o desafiado aparecer. E ele apareceu. Vestido num peitoral de couro, forrado por uma chapa metálica. Sua capa vermelha esvoaçava por causa da brisa que insistia em passar. Seus olhos frios nos analisaram, até que finalmente ele sorriu.

"AINDA CHORA POR CARTAGO ANÍBAL? VOLTE PARA O FOSSO DE ONDE SAÍSTES, ONDE ENTERRAMOS SEUS AMIGOS NOS ESCOMBROS DE SUA CIDADE MALDITA! VOLTE E VÁ LAMBER AS SUAS FERIDAS, COMO UM CÃO VELHO QUE TU ÉS!!!

Aníbal empertigou-se, recuei alguns passos instintivamente, devido a tamanha fúria, até então contida. Ele me olhou por sobre o ombro e disse-me em voz baixa, enquanto o destacamento cainita começava a se mover em nossa direção. "Parta Han, não tens motivo para continuar ao meu lado. Apreciei a sua companhia até aqui, porém, esta batalha é minha!"

Eu o olhei nos olhos fixamente, eu podia ver a fúria transbordando em seus olhos. Seus músculos já retesados, ansiosos pelo combate. Eu lhe respondi. "Não vim até aqui para retornar sem lutar, além do mais, Berenhal, meu senhor, me ensinou que um homem sempre paga suas dívidas. Sempre."

Recordo-me como se fosse hoje. Aníbal sorriu por um momento, sem ira, sem fúria. Apenas um sorriso genuíno. "Han, sabes bem o que dizer, agora, devo lhe dizer o que fazer. Deixe um deles vivo e alguns soldados, preciso que saiam daqui e cheguem a Roma para contar esta história."

Finalmente a hoste romana chegou. Aníbal golpeou o primeiro, com seus punhos livres, arremessando ao longe seu inimigo. Minhas garras já estavam proeminentes e sem pestanejar, invadi a formação inimiga. Os mortais mantiveram-se parados, receosos, enquanto os amaldiçoados lutavam de uma forma que seus olhos nunca viram. Minhas garras rasgavam facilmente suas armaduras de couro e suas carnes pútridas. Eu avançava ferozmente, cortando e rasgando nossos inimigos. Aníbal também avançava, lutando apenas com seus punhos que, a esta altura, já estavam encharcados de sangue romano. Muito tempo se passou enquanto lutávamos. A planície já estava repleta de corpos, mortais e imortais. Eu estava levemente ferido, porém Aníbal estava intacto. Nosso corpos sujos de sangue e fezes de nossos inimigos, reluziam o brilho da lua. Alguns soldados já fugiam ,enquanto outros tentavam se reorganizar. Nós já havíamos vencido boa parte da distancia entre nós e Galeano, que olhava incrédulo para aquela carnificina desenfreada.

Finalmente, próximo ao nascer do sol, ficamos cara a cara com o famigerado cainita. Naquele momento, senti o peso de sua presença, mas, mesmo assim não titubeei. Quando pensei em avançar, Aníbal me segurou pelo ombro e disse. "Este será meu". E deu um passo a frente. Ambos se posicionaram para a batalha. Um, todo sujo de sangue, mal dava para ver a pele de Aníbal, de tanto sangue inimigo que o cobria, enquanto o outro, estava incólume em seu esplendor. Não haviam mais sorrisos. O cheiro de sangue nos inundava profundamente. Homens gemiam no chão, clamando por uma morte rápida.

Pararam frente a frente, Aníbal e Galeano. O segundo segurava a sua espada com tamanha força, que sangue escorria na empunhadura. Ele foi o primeiro a atacar. Seus golpes eram rápidos, precisos, entretanto, Aníbal era ainda mais veloz. A cada ataque recebido, ele se esquivava, fintava o adversário. Galeano, a princípio, não demonstrou irritação, contudo, depois de diversos ataques infrutíferos, a raiva transparecia em seu rosto.

Enquanto eu observava, ninguém se aproximou de mim.

Aníbal partiu para o ataque. O céu já começava a clarear. O brujah desferiu, não sei ao certo, pois, foram muito rápidos, quase uma centena de socos e chutes. Galeano recuava e recuava, até que a sua armadura partiu, caindo pesadamente no solo ensanguentado. Os olhos de Aníbal estavam rubros. Suas mãos socavam poderosamente seu rival, que parecia, não se abalar com os golpes. Pude notar que sua pele adquirira um tom acinzentado. Ele suportara dezenas de golpes, até que por final, caíra.

Os poucos homens ainda vivos e o cainita que deixamos para contar história, ficaram embasbacados, descrentes que aquele homem conseguira derrubar seu general.
Aníbal caminhou até Galeano, não falou uma palavra, não proferiu um insulto ou escarnio. nada disso. Apenas se aproximou. Com uma das mãos, segurou o crânio de seu inimigo, enquanto a outra segurava o corpo. Ele empregou uma força violentíssima e eu, de onde estava, pude ouvir a carne do romano se rasgando e os ossos descolando do lugar. Quanto mais Aníbal puxava, mais Galeano gritava, até que por fim, o corpo caiu no chão, derrotado. Aníbal segurava em sua mão a cabeça de seu inimigo. Ele a ergueu para os céus e gritou. Um grito libertador que ecoou por toda a campina.

"AGORA RASTEJEM PARA ROMA SEUS MISERÁVEIS E CONTEM O QUE ACONTECEU AQUI NESTA NOITE E NUNCA, NUNCA ESQUEÇAM DO QUE VIRAM HOJE!"

O resto desta história já não vale tanto a pena e pode entediá-los. O que posso dizer que depois daquela noite, ainda passamos alguns anos juntos, enfrentamos e desafiamos o exército romano, até que a saudade bateu e eu voltei para casa. Para minha terra. Para meu povo, enquanto Aníbal continuou a sua peregrinação, em busca de justiça e vingança.


O eremita enfim calou-se, esperando não ter entediado o rei com uma história tão longa.

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Territórios Livres - A Invasão Bárbara - Página 3 Empty Re: Territórios Livres - A Invasão Bárbara

Dom maio 13, 2018 9:04 pm
* As palavras do Eremita preencheram aquela tenda com o furor da batalha e a glória dos feitos de Aníbal. Se antes havia raiva, descrença e dúvida pela presença do Brujah que aliou-se - pelo seu povo - à uma Setita serva de Roma, agora havia apenas uma admiração por aquele guerreiro ancestral chamado Hannibal Barca.

Havia nos olhos do Rei uma satisfação e aprovação genuínas em relação à Han. Seu olhar pesado e firme encontrou os olhos do Eremita e nesse momento Han soube que tinha feito exatamente o que o Rei precisava. Não, tinha feito mais. Muito mais.

Por breves segundos o eremita notou também que o Rei segurou aquele cristal que lhe foi dado pelo visitante branco e balbuciou em voz muito baixa algumas palavras, logo antes de se erguer e começar a traçar os planos de guerra. Algumas horas passaram-se ali, discutindo as melhores formas de avançar e conquistar os territórios mais adiante. Aníbal e Berenhal seriam enviados até a Mércia para a tomada daquela província. O Rei e o Eremita, agora líder também dos Trácios, acompanhados por Gannicus iriam marchar adiante, adentrando à Dalmácia onde a maior parte do contingente Romano estava. Era preciso assegurar o domínio daquelas terras e expulsar o exército do Império de lá para que alcançassem o mar e pudessem, enfim, navegar até a Capital dos Romanos.

Odoacro deu-lhes duas noites para que se preparassem e, na terceira, partiriam rumo a seus destinos e à guerra. Por fim, perguntou se algum dos presentes esboçaria alguma sugestão aos planos traçados. Destinou um olhar especial à Han, pois aprendera que a sabedoria do Eremita deve sempre se fazer presente.*
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Territórios Livres - A Invasão Bárbara - Página 3 Empty Re: Territórios Livres - A Invasão Bárbara

Qua maio 16, 2018 9:00 am
Han ouviu atentamente o planejamento de Odoacro, entre todos os presentes sob a tenda, ele era o único que desconhecia táticas de combate em massa. Ele, definitivamente, não era um homem de armas. Mesmo assim, analisando as feições do rei, sabia que deveria acrescentar algo ao plano. Pensou bastante e, quando o silêncio fez-se presente na tenda, resolveu falar.

Vejo que temos três linhas de ação a seguir. A primeira e mais óbvia é seguir com força total até a Dalmácia e enfrentar nossos inimigos frente a frente, de forma rápida e fulminante. Nesta possibilidade, perderemos muitos homens e assim, teremos nossas ações futuras de invasão ao centro romano prejudicadas.
Ele aguardou uma reação dos presentes, como o silêncio permaneceu, deu seguimento ao seu raciocínio.

A segunda e mais demorada seria termos um destacamento, pequeno, para que pudesse se mover com mais velocidade. Este grupo seria responsável por boicotar a chegada de mantimentos ao acampamento romano e também, pela destruição dos mantimentos já existentes. Este ataque indireto levaria certo tempo, até que a fome reduziria a moral dos legionários e os forçasse a sair dali. Enquanto isso, o restante de nossos homens, na verdade a grande maioria, estaria aguardando-os nas estradas, onde seriam pegos de surpresa.

E por fim, a terceira opção seria destacar um grupo maior, com o rei a frente, marchando para enfrentar o exército romano, enquanto um destacamento partiria com antecedência, pegaria uma rota mais longa, para dar a volta e surpreendê-los pela retaguarda, assim que o combate com o destacamento de Odoacro começasse. Sendo assim, os esmagariamos dos dois lados.


Novamente o eremita se calou, olhando para os olhos do rei, aguardando uma avaliação de suas propostas.
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Sáb maio 19, 2018 11:05 am
* Aquele Conselho da Guerra ouviu as palavras de Han e foi o Rei, Odoacro, que as endossou após algumas ponderações*

- Tenho acordo quanto a terceira estratégia traçada por meu neto. A segunda de suas estratégias seria prejudicial aos nosso avanço. Visto que não devemos dar tempo para que as Legiões de Roma consigam se movimentar e chegar até a Dalmácia. Esmagaremos o inimigo com decisão e garantiremos esta província como conquistada, para que daqui avancemos.

* Ele olha Berenhal e Aníbal*

- Prossigam para a Mércia. Matem a todos os filhos de Roma, libertem os escravos e os tornem livres. Eu marcharei adentrando a Dalmácia enquanto o Eremita e Gannicus partirão para encurralá-los do outro lado. Nos encontraremos na batalha, esmagando o inimigo no meio de nossas forças.

* Todos concordam e o Rei decreta*

-  Han e Gannicus, organizem o seu destacamento, vocês partirão amanhã a noite e eu marcharei duas noites depois, para garantir que tenham o tempo necessário para circundar a fortaleza romana.
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Sáb maio 19, 2018 7:30 pm
Antes que os homens se suspersem, o eremita novamente pede a palavra para si. Seu olhar sereno passeava pelos presentes e a sua voz calma denotava um conhecimento prévio do que falaria.

Meus amigos, antes de mais nada, tenho uma recomendação. Ele olhou fixamente para o rei, antes de continuar. Assim como temos olhos sobre o exército romano, não duvido nem um pouco de que eles também tenham olhos sobre nós. O plano aqui desenvolvido neste momento não deve ser compartilhado fora desta tenda. Apenas os líderes devem saber. A notícia que deverá circular é de que nossos mantimentos estão escassos e que Gannicus e eu recuamos para providenciá-los.

Sendo assim, os romanos não saberão dos nossos planos e nós não seremos pegos de surpresa. Será que fui claro?


Havia um tom imperativo em sua voz e em seu olhar era possível enxergar a voracidade que seus instintos lhe davam.

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Dom maio 20, 2018 9:09 pm
* Foi Berenhal à endossar as palavras sábias de seu filho*

- O Eremita fala com a razão que lhe é característica. Devemos manter o sigilo quanto a estratégia de avanço.

* Odoacro concorda e determina*

- Assim será feito. Han, informe a seus homens que recuarão em busca de mantimentos. Façam circular a mensagem no assentamento de que nossas provisões estão baixas, mas não insuficientes. O objetivo é confundir os Romanos e não alarmar nossos homens com preocupações desnecessárias.

* Por um momento o Eremita viu os olhos amarelados do Rei ganharem a violência que somente eles emanam.*

- Façam com que os Romanos paguem com sangue pelo mal que propagam.

* Aníbal concorda com todo o estratagema e, saindo da tenda conforme Berenhal e Gannicus o fazem, se aproxima de Han para lhe falar.*

- Antes de teus preparativos, velho amigo, me acompanhe em uma caminhada.

* Ele diz, saindo da Tenda e caminhando pelo assentamento dos homens livres do norte*
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Qua maio 23, 2018 2:26 am
Isento de vaidade após a deliberação do pequeno conselho de guerra, Han acena para Berenhal e sai da tenda em silêncio. Enquanto caminha, observa a aproximação de Aníbal. Ainda em silêncio, ouve a proposta de seu velho amigo. O eremita o fita por alguns instantes e concorda positivamente com a cabeça.

Ambos caminham lado a lado, como fizeram há dezenas de anos atrás. Passaram pelo acampamento, em direção à orla da floresta, onde Han conversara com seu senhor.


O que o aflige caro Aníbal? Há algo que eu possa fazer para ajudá-lo? Sua pergunta soou calma, sem qualquer tipo de urgência ou sentimento de preocupação.
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Qui maio 24, 2018 9:46 pm
* Aníbal e o Eremita caminham adentrando a parte mais superficial da floresta, na qual as árvores são espaçadas e permitem ver o brilho constante dos astros na vastidão acima de suas cabeças. Aníbal mantém um semblante sério durante o seu caminhar, parecia carregar um fardo maior que seu próprio nome*

- Há algo que preciso confiar a ti, Han. Algo que eu só posso entregar a alguém cujo coração, mesmo morto, é nobre e puro. Livre de ambições que corroem as existências dos mais velhos de nós.

* Por baixo sua armadura de couro ele retira um pergaminho feito com pele de carneiro, envelhecido e desgastado. O Eremita percebe que aquele pedaço de pele animal deve possuir tantos séculos quanto ele próprio, talvez mais. Hannibal Barca o estende ao Gangrel*

- Este mapa aponta a localização de um corpo inerte, em sono profundo e longo. Ele deverá ser acordado somente quando as forças de Odoacro caírem sobre Roma. Não antes, jamais antes. Não temo, pois não me cabe mais temer minha própria destruição, mas pressinto que as areias do tempo logo me levarão e não há descendentes ou aliados de maior valor que tu, Han, a quem eu possa delegar esta tarefa.

* O olhar pesado daquele antigo cainita recaiu sobre o Eremita*

- Preciso apenas de tua palavra de que farás o que lhe peço e que o trará de volta, assim que o Rei pisar em Roma.
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Seg maio 28, 2018 8:48 pm
O eremita pega o pergaminho, segurando-o firmemente, enquanto o mesmo ainda se encontra nas mãos de Aníbal. Seus olhos fitam o guerreiro lendário, antes de finalmente se pronunciar.

Fique tranquilo Aníbal, o que tiver de ser será. Farei o que me pede, sem indagá-lo. Confio em ti tanto quanto confias em mim, entretanto, caso este ser que dorme este longo sono aflija os povos livres, eu serei o primeiro a me levantar contra ela.

Ele sorri de forma singela, enquanto abre o mapa para analisá-lo e gravar em sua memória, caso algo aconteça ao mapa. Seus olhos caminham ao longo do mapa, enquanto a sua mente procura traços invisíveis, possivelmente escondidos no mapa. Após demorada análise, ele enrola o pergaminho e volta a caminhar lentamente ao lado de Aníbal.

Caminhemos meu amigo, temos muitas coisas para preparar, é chegada a hora do acerto de contas com os romanos.
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Seg maio 28, 2018 9:21 pm
* Aníbal retribui o sorriso, leve, mas presente. Caminharam juntos e o antigo guerreiro continuou a lhe falar*

- Não culpo aquele jovem vampiro por despejar seu julgamento sobre mim, Han. Ele está certo, ainda que seu olhar seja limitado. Eu escolhi arriscar a segurança do Conclave para manter meus homens, os mortais, vivos. Talvez o meu erro tenha sido grave, mas lhe pergunto meu caro amigo: Por quem nós lutamos?

* Ele olhava ao longe, por entre as árvores, enquanto falava*

- Nós podemos nos enfrentar pela eternidade, Han. Desavenças e ódio serão plantados no decorrer desta guerra assim como já foram antes. Nós, ainda sim, sobrevivemos e continuamos a lutar. Mas e os mortais?  Devemos deixá-los pagar o preço de nossas falhas? Devemos sacrificá-los em prol de nossos iguais?

- Eu penso que não. É meu o dever de proteger os mortais, pois os que caminham na noite podem encarar suas batalhas por si mesmos. É pelos vivos que eu me levanto contra os grilhões de Roma e é por eles que tenderei a encontrar a minha morte final. Em batalha. Em uma gloriosa batalha, assim espero.

* Sorriu uma vez mais, seus caninos expostos. Era um predador, um matador. Aníbal possuía a face do grande caçador que habita na besta de todos os vampiros*
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Ter maio 29, 2018 10:21 am
O eremita retribui o sorriso, mesmo que de forma triste.

Lutamos por vaidade, por desejo e por orgulho. Somos hoje apenas sombras do que fomos em vida meu amigo, apenas isso.

Houve uma pequena pausa, enquanto o eremita agachava-se e agarrava um punhado de terra entre as raízes das árvores. Sua mão levou a terra úmida e para próximo do rosto, logo após, despejou a terra por entre os dedos.

Vê, meu amigo? Foi um gesto simples, ainda assim, jamais será igual ao de um mortal. Apesar de meus sentidos serem mais aguçados que os dos mortais, o cheiro desta terra não produz em mim a mesma emoção. Estamos presos, estáticos, incapazes de aprender outras formas de coexistir. Tivemos milênios para aprender a viver em paz, porém, reproduzimos a guerra, tal qual os mortais. No entanto, acredito no teu sentimento, pois, o carrega desde os tempos de vivo e isto o torna quem és e o porque luta. Fostes um grande homem em vida e continuará sendo, não importa as decisões que tome, pois, sei que estas decisões foram tomadas em prol dos mortais que tanto amamos.
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Sáb Jun 02, 2018 6:58 am
- Faz jus à sabedoria que os Celtas credenciam a você, Han. Me honra em tê-lo como um irmão de guerra.

* Aníbal aperta o antebraço do Eremita e em seus olhos há uma espécie de tristeza, ainda que contida*

- Sigo agora para o descanso. Na próxima noite marcharei com o seu Senhor, Berenhal, rumo à Mércia e à morte dos Romanos. Lhe desejo o emprego de sua sabedoria ao invés de sorte, meu amigo, pois cabe a nós fazermos a nossa própria sorte.

* Hannibal Barca se vai e Han começa a sentir o peso do fim da noite. Deveria repousar pois, na próxima, marcharia para cumprir o plano traçado por ele mesmo*
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