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Sáb Nov 25, 2017 6:39 pm
Estradas Romanas 1280px10

As Estradas Romanas foram responsáveis por interligar a Capital às suas principais províncias e abrir passagem segura para os comerciantes e para o exército romano. A calcificação feita em pedra com postos de vigilância e abrigos espalhados pelas estradas garantiram a passagem dos legionários, expandiram as relações comerciais entre as províncias e tornaram a comunicação a longa distância possível e eficaz através de mensageiros.

As cenas que ocorrerão fora da Capital, em pequenas províncias ou locais inabitados próximos a Roma serão narradas aqui.
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Ter Abr 03, 2018 7:52 am
* Esta era a terceira noite da longa viagem. As estradas construídas pelos romanos para que possibilitassem a passagem de suas tropas e de provisões entre as províncias garantia um balançar menos agudo da carruagem negra, sem janelas, que seguia guiada por um dos homens - Legionário - indicados por Juno Prestes. Eram três soldados romanos, os seus protetores nesta viagem.

Apolo terminara de arrastar o sol para detrás de uma das montanhas próximas e a luz vívida de Selene e do globo luminoso prata alçou aos céus.

Appius despertava, abrindo os olhos e vendo Seleucas sentado à sua frente, do outro lado no interior da carruagem, quando ouviu grunhidos seguidos de gritos*


- Arrhhgg!

- Uuuhhggg!

- AAAAAHHHHGGG!

* Espadas chocaram-se do lado de fora brevemente, seguidas de mais gritos até que um silêncio arrebatador e a inércia da carruagem se abatesse sobre Appius e Seleucas, enclaususados no interior desta.*
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Ter Abr 03, 2018 7:36 pm
*Um terrível despertar. E francamente, um irritante. A viagem era ao mesmo tempo tediosa e uma revisitação constante dos eventos transcorridos no Domus. Essa interrupção era, no mínimo, uma oportunidade para extravasar a raiva do normalmente pacífico Capadócio. Sacudindo para fora da mente os últimos resquícios de sono, ele avisa ao carniçal:*

-Fique aqui, isso não vai demorar.

*E sai da carruagem, de forma lenta e deliberada. No chão, ele junta as palmas das duas mãos enquanto observa ao seu redor.*

-Pois não? Qual parece ser o problema?

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Ter Abr 03, 2018 9:08 pm
* Seleucas, amedrontado pelos sons de batalha e morte que lhe fogem à rotina, esboça algumas palavras e o levantar de uma das mãos como se tentasse impedir a saída de seu Senhor. Mas recompõe-se e acata a ordem de aguardar, embora o medo lhe estampasse os olhos.

Ao sair, Appius se depara com uma carnificina muito maior que o esperado. Sob a luz parca e branca de Selene e sobre o solo arenoso da estrada que corta um vasto terreno coberto de altas árvores, Galerius vê braços acima dos galhos, pernas estilhaçadas e ventres abertos com vísceras espalhadas por todo o lugar. A carruagem, antes negra e impenetrável, está coberta de sangue. Um dos quatro cavalos à frente foi partido em dois, e suas tripas, sangue e fezes espirraram sobre os outros três, que assustados romperam os arreios e estribos e permanecem erguendo as patas dianteiras em desafio para a escuridão que se alastra por entre as árvores.

Embora não seja afligido pelo frio, Appius têm a nítida certeza de sentir uma brisa gélida lhe percorrer o corpo. Um vulto. Dois vultos. As imagens irreconhecíveis passam velozmente por entre a vegetação alta e os troncos das árvores. Um grito alto e estridente corta o ar*


- AHHHRRGGHHHH!

* Os reflexos de Appius o fazem olhar à sua esquerda ainda a tempo de ver o corpo do último legionário ser arrastado - por algo que se move muito rápido na escuridão e parece maior que um homem de alta estatura - para dentro da relva alta e escura, deixando um rastro de sangue até o início da floresta.

Silêncio, puro e arrebatador, parcas luzes das estrelas e da lua e o cheiro de vitae fresco espalhado por todo o local são os companheiros de Appius na noite que se inicia*
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Qua Abr 04, 2018 7:06 pm
*Não eram bandidos comuns, não eram soldados. Pelo tártaro, não era qualquer tipo de humano, e isso era um problema grave. Aliás, se o pior dos seus medos se confirmasse, isso com certeza significaria sua Morte Final, junto com todos os seus planos e ambições.*

*Appius não era um guerreiro há muito tempo. Muito antes de seu Abraço; não via qualquer chance de prevalecer fisicamente em um combate. Só resta uma hipótese.*

*O Capadócio, recluso por mais de um século, anti-social e alheio ao convívio com seus semelhantes, teria de resolver seu predicamento através da diplomacia.*

*Ele fecha seus olhos por um momento, e se concentra na expansão de seus Sentidos Aguçados [Auspícios 1]. O cheiro do vitae fica ainda mais doce em suas narinas, e os sons vindos da floresta, mais precisos e detalhados. E enfim, ele fala, se forçando a manter a calma e compostura num cenário de puro horror.*


-Péssima etiqueta. Tenho certeza de que isto *Abre os braços e indica os mortos à sua volta* é completamente desnecessário. Mas em todo caso, já tem a sua cena, e pode se revelar.
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Qua Abr 04, 2018 11:06 pm
* A escuridão inebriava o frio e imóvel coração de Appius como se por ele pequeninas adagas passassem. Era medo ou excitação? As longas noites nas catacumbas, isoladas e seguras dos perigos escondidos em cada curva na infindável noite o acostumaram a não preocupar-se com o que está lá fora.

Agora, desprovido de sua já natural cobertura de pedras, até mesmo o ar gélido noturno o faz duvidar de sua segurança e de um vindouro ataque. As luzes dos astros no céu, como se propositalmente, diminuem de intensidade e a estrada, junto da floresta a qual corta, mergulham em mais escuridão.

Galerius ouve o som mais intimidador que poderia neste momento. Não uma voz, nem gritos, tão pouco o brandir de espadas. Appius se dá conta de que ouve o barulho inconfundível de ossos se partindo, constantemente. Sua mente logo racionaliza e percebe que há um som oriundo de um mastigar, forte e compassado, que emana por entre as árvores.

Quando imaginou não ter resposta, ouviu uma voz surpreendentemente feminina ecoar por trás de uma frondosa Pinus Pea romana. A figura que caminhou lentamente por entre os arbustos, ainda encoberta pelas sombras da noite, indagou em tom mais suave que o esperado.*


- Romanos...atravessam minhas terras com terra batida e pedra e chamam-na de suas. O que vejo é carne para os meus e...uma oferenda ainda maior a cruzar o solo que me pertence.
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Qui Abr 05, 2018 7:27 pm
*Filhos de Dis, parece que nas noites de hoje cada vira-lata indigente encontra alguma coisa para culpar o império, sejam seus furúnculos ou suas dores nas costas. Essa... criatura aparentemente condenava as estradas que tanta prosperidade trazia aos cidadãos. Mas, independente do que era, não havia dúvidas de que era perigosa.*

*Porém, deuses sejam louvados, sabia falar. Appius continua o diálogo, usando seus sentidos de Visão da Alma [Auspícios 2] para aprender mais sobre sua interlocutora.*


-Entendo. Uma questão de território. Neste caso, lamento a intrusão, pois não vi qualquer marca que indicassem sua posse sobre as estradas do Imperador.

-Porém...

*Ele olha para os corpos à sua volta*

-Eu diria que você recebeu uma tarifa generosa pela minha passagem. E me causando uma inconveniência considerável.
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Qui Abr 05, 2018 9:51 pm
* A figura obscurecida pelas sombras das árvores deixa as trevas e caminha aproximando-se de terreno mais visível aos olhos de Appius. Era uma mulher animalesca. Alta e esguia, pele escura e cabelos emaranhados. Olhos levemente avermelhados e caninos prolongados. Vestia apenas leves roupas de couro batido que escondiam  suas partes íntimas, ainda sim revelando um dos mamilos. Em suas mãos, protuberantes e afiadas garras se alongavam.

Sua boca e parte do rosto estavam cobertos de sangue. Vitae Romano. Por detrás das árvores, dois lobos negros quase tão grandes quanto cavalos se fazem ver e aproximam-se. Um deles com um braço pertencente a um dos legionários em sua mandíbula, que mastigava os ossos e carne como se nada fossem. O outro, coberto de vitae que pingava ao solo incessantemente, começou a transmutar-se assumindo a aparência de um homem bruto e ancestral e toda a atenção do Capadócio foi dragada instintivamente para ele.

Appius jamais sentiu tamanho...medo. Não da situação de risco iminente, mas da presença daquele rústico homem. Ele conduzia à um pavor abissal, uma sensação de urgência e fuga necessária.


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Seus cabelos eram enrolados e prensados, longos e negros. Sua pele marrom acinzentada e corpo largo chamavam atenção. Estava nú, desprovido de quaisquer vestes ou proteções. Os longos caninos e olhos carmesim, tão vibrantes quanto o sangue que lhe cobre, encaravam Appius e foi deste bruto homem que a voz - quase um rugido - se fez ouvir*

-TODOS OS ROMANOS SÃO INVASORES! SEU IMPERADOR NADA POSSUI QUE NÃO SEJA DE OUTRO, ANTES DELE. OUSARAM TIRAR AS TERRAS DE MEUS FILHOS, SUA LIBERDADE E ATÉ A SUA EXISTÊNCIA.

- ROMANO! ESTA DÍVIDA SERÁ LAVADA EM RIOS DE SANGUE!

*O Dom das Trevas de Galerius revela um risco mais íntimo que o esperado. As auras das três figuras são pálidas, naturais dos cainitas. A do homem que ergueu a sua poderosa voz por último é, no entanto, muito mais pálida, quase translúcida. A mulher que lhe falou anteriormente, ergue a voz*

- Este é um dos filhos da noite de Roma...uma oferenda de maior valor, meu Senhor!

* O Lobo, o único dos três a permanecer em sua forma animal, rosna violentamente em direção à Appius. A mulher se recolhe instintivamente ao notar o seu aparente líder retomar a palavra. O Homem, que  traz um terror primal dentro de si, intervém*

- ELE VIVERÁ MAIS UMA NOITE. SERÁ ELE A CONTAR AOS SEUS QUE ENKIDU, CRIA DE ENNOIA, CAIRÁ SOBRE ROMA NAS NOITES A SEGUIR E CLAMARÁ O SANGUE DOS SEUS VIVENTES!
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Sex Abr 06, 2018 1:31 am
*O Clã da Besta. Como que tão rapidamente toda a segurança e civilização dão lugar ao mais primal dos medos? Os três à sua frente poderiam facilmente por um fim à existência de Appius, com uma facilidade assustadora. E o Capadócio tinha plena ciência de que não estava morto por mero capricho de seus emboscadores.*

*E ainda assim, acima de tudo o que mais apavora Appius é a natureza dos cainitas a frente. Enkindu, cria de Ennoia em pessoa ameaçava a ele e a Roma. Uma criatura velha como os ossos das colinas, e poderosa como a fúria da natureza. A própria Roma estava em perigo mortal pelas noites vindouras. E não havia nada que Appius pudesse fazer.*

*Nada, exceto talvez... O Capadócio ainda sentia dentro de si os sussurros de seu mentor. Podia mais sentí-lo do que ouví-lo, uma sutil, mais nítida sensação de que sabia o que o Matusalém mais gostaria de ouvir. Se concentrando, Appius usa sua Língua de Crocodilo.*


[Appius possui Percepção 4 e Empatia 4.]
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Sáb Abr 07, 2018 10:08 am
*Galerius emprega seu dom das trevas e sem nenhuma dificuldade as impressões mentais de desejo e ânsia por uma resposta em específico contidas em seu interlocutor lhe preenchem a mente. *

Sangue, sofrimento e morte a todos os Romanos.

*A sobrenaturalidade da disciplina toma forma no olhar animalesco de Enkidu, que direciona-se à Appius com mais interesse e menos desdém. Ainda sim, é um Leão a observar curioso uma lebre que lhe chama a atenção.

O Rumo daquela noite se daria de acordo com as palavras escolhidas, engrandecidas pelo dom das trevas, por Appius Galerius Buteo.

As criaturas bestiais, o lobo e a mulher, circundavam o Capadócio - sua presa - exalando o desejo pelo sangue do cainita. Enkidu mantinha-se impassivo a observá-lo, parecia ter interrompido o que falaria após o emprego da disciplina por parte de Appius*
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Sáb Abr 07, 2018 4:41 pm
*Appius observa os dois discípulos de Enkidu lhe rodeando. Estava num tribunal, agora tinha ciência disso. E num tribunal de direito célere e implacável.*

*Pensando na situação, Appius se lembra do que tinha ouvido de Dionysius, séculos antes. Os Gangrel viviam tanto por sua Besta interior que eram quase animais. Mas por outro lado, essa perspectiva podia lhes dar uma percepção singular, e direta, da realidade.*


-Em verdade, Cria de Ennoia, eu nasci em Roma, cresci em Roma, amei Roma, servi Roma, e até mesmo morri em Roma.

-E talvez seja por isso mesmo que eu possa dizer, com tristeza, que Roma está podre.

*Ele congela por um momento. Nada do que havia dito foi com qualquer ajuda sobrenatural. Só que agora, percebe que era verdade; que já desconfiava há muito, mas escolhera ficar cego, até o momento em que encontrara o Imperador Camilla, e vira o corpo inerte de seu mentor na sala do trono Imperial.*

-Pactos foram quebrados. *Ele dá um pequeno sorriso. Podia ouvir a voz de Dionysius dizendo as mesmas coisas.* Famílias cainitas foram atiçadas com o fogo da vingança e territórios que deveriam permanecer intocados foram invadidos. Roma expandiu-se nos últimos trezentos anos o dobro do que fizera nos quinhentos os antecederam.

-E a causa para isso é terrível. Tão terrível que não me atrevo a repetir em voz alta até que tenha provas para corroborar, e é exatamente para isso que estou nessa viagem. Para isso abandonei meu lar e refúgio, me dispus a trair minha pátria. Eu deixei a cidade com uma missão, para voltar com um assento no Senado Eterno me esperando. Ao invés disso, pretendo subverter essa incumbência que me foi dada, para que com isso consiga agir contra o Imperador.

-Perceba o que está em jogo, Enkidu, cria de Ennoia, para que não tome minhas palavras como levianas. Eu me sublevo contra Roma como se atentasse contra minha própria carne, mas ainda assim o faço porque é necessário. O Império está acometido de uma doença, e essa doença precisa ser extirpada.

*Um silêncio considerável segue. Mas Appius Galerius Buteo ainda não terminara. Mas a parte final de seu discurso exigia uma coragem que não sabia se tinha.*

-E ainda digo mais: se duvida de minhas palavras, estou disposto a provar por força de armas. Não contra você. Eu não fui abraçado pelo próprio Cappadocius, nem fui transformado em Cainita quando as montanhas ainda eram jovens, mas sim há pouco mais de duzentas estações; dou valor à minha existência, e duelar com você seria me desfazer dela. Mas, se julgar necessário, um de seus aprendizes pode testar a verdade de minhas palavras.

*Ele aguarda a resposta, sozinho e desarmado, trajando apenas uma toga sacerdotal em meio à estrada fria e deserta.*
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Seg Abr 09, 2018 8:59 pm
* A besta que emana do olhar animalesco de Enkidu parece fitar a alma do vampiro que fala - palavras polidas e bem articuladas - o que seu coração morto e vingativo desejavam ouvir. O lobo e a mulher com traços bestiais que cercam Appius parecem dois grandes felinos prontos para dar um bote fatal e brutal quando o mais velho dos presentes mostra as presas - dois enormes caninos que remontam à mente de Appius aos contos sobre as bestas escondidas nas matas - e ambos, lobo e mulher, recuam como felinos ameaçados e adentram à floresta desaparecendo na escuridão.

Em silêncio, o homem de pele marrom azulada caminha em direção à Appius. Seus pés descalços e terminados em garras não emitem um só ruído pela estrada de pedras e cobertas de folhas secas do outono. Aproxima-se perigosamente do Capadócio e abre a sua boca o suficiente para novamente revelar seus ameaçadores caninos.

Galerius nota uma espécie de verme, esbranquiçado e longo como um dedo humano, sair da mandíbula do Gangrel e deslizar por seu braço. Enkidu abre a mão e a pequena criatura se coloca no centro de sua palma, a voz rouca e bestial, variando do gultural ao quase incompreensível, sentencia*


- FAÇAS O QUE DIZES E O LIVRAREI DA MORTE QUE CAIRÁ SOBRE OS TEUS. PROVES COM AÇÕES O QUE A TUA LÍNGUA, AFIADA PELO CONVÍVIO TRAIÇOEIRO DOS TEUS, ACABA DE DIZER.

* Ele ergue um pouco mais a mão, mantendo-a sobre a cabeça de Appius e vira a palma para baixo, o verme se projeta e cai sobre os cabelos do Capadócios e começa a rastejar de forma pegajosa em direção à sua boca*

- CARREGUE-O E MEUS OLHOS ACOMPANHARÃO OS TEUS PASSOS. TRAIA A SUAS PALAVRAS E MORRERÁ. FUJAS E MORRERÁ. NEGUES A MINHA CRIATURA E MORRERÁ.
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Seg Abr 09, 2018 10:22 pm
*Appius vê que os dois discípulos recuam para a escuridão da floresta com um certo alívio, apesar de saber que Enkidu era mais do que suficiente para terminar com ele. E ver o Matusalém andando ao seu encontro é como ver o próprio tempo, a própria natureza marchando contra si, e o Capadócio precisa concentrar cada fibra de sua carne morta-viva para não fugir agora naquele momento, ainda que saiba que seria fútil.*

*Boa parte do medo, porém, se esvai quando o verme é depositado em sua cabeça. Appius não conseguia sentir nojo pela criatura, afinal já havia visto e lidado com um bom número de vermes e larvas em seus constantes estudos sobre os mortos. Antes que o parasita entre em sua boca, ele o pega com as mãos para examiná-lo melhor.*


-Espécime fascinante. Não é um necrófago comum, suponho, não com esse tamanho. E me atrevo a dizer que tem um certo gosto por vitae.

*Ele observa o verme mais uma vez, passando ele por seus dedos enquanto a criatura se retorce em direção à sua boca. A bem da verdade, andava se preocupando com seu corpo. Nas últimas décadas, havia notado que seu rosto estava ligeiramente mais cadavérico, graças à maldição inclemente de seu sangue, que tornava os Capadócios tão parecidos com os corpos com quem tanto conviviam. Bem, azar para o verme, que teria que lidar com entranhas mal-conservadas. Com um gesto ligeiro, Appius engole a criatura.*

-Eu tenho poucos motivos para falsidade, cria de Ennoia. Roma está podre. E eu tenho como objetivo pessoal fazer com aquela... coisa que se intitula Imperador deixe seu trono e, com sorte, seu corpo.
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Ter Abr 10, 2018 8:19 pm
* A criatura desce pela garganta de Appius, escorregando em sua própria gosma até que em determinado momento o Capadócio sente aquilo lhe perfurar algo internamente e, a partir de então, nada mais é sentido. Enkidu olha o cadavérico homem de cima para baixo, em virtude de sua altura. Os dois globos luminosos em vermelhos que figuram como seus olhos parecem prescrutar algo na existência de Appius, até que conclui*

- AVALIAREI TUAS PALAVRAS E AÇÕES, PORTADOR DO SANGUE DE DIONYSIUS. HAVERÁ A NOITE NA QUAL RESPONDERÁS POR ELAS E SERÁS BENEFICIADO OU SUMARIAMENTE DESTRUÍDO.

* O Gangrel ancestral emite um alto e estridente assobio e, ao longe, Appius nota o retorno dos cavalos que transportavam sua carruagem. Antes aterrorizados, eles agora retornam mansos para próximo do transporte de madeira enegrecida e sem janelas. O Corpo de Enkidu imerge na própria terra abaixo de seus pés e a sensação de morte, do fim - não aquela prazerosa de seus estudos mas uma muito mais primal e assustadora - se vai junto com ele.

Banhado pela parca luz de Selene, Appius sobrevive ao encontro mais animalesco de sua existência até esta noite*
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Ter Abr 10, 2018 9:35 pm
*Appius era incapaz de suar, mas de alguma forma sente um calafrio com a saída do Gangrel. Se a sociedade dos cainitas fosse sempre repleta de experiências como as do último mês, ele não se arrependia nem um pouco de sua existência como recluso.*

*E, como sempre, cada novo evento trazia mais perguntas do que respostas. Enkidu conheceu Dionysius? Appius sabia bem que seu finado mentor possuia contatos com diversos opositores de Roma, mas um tão antigo? E tão próximo à capital? Talvez a situação do Império fosse mais calamitosa do que havia imaginado. De fato estava podre. Podre a ponto de arrebentar.*

*O Capadócio olha para a carnificina ao seu redor sacudindo a cabeça. Completamente desnecessário, mas ao menos não havia perdido os cavalos. E bem ou mal, seria bom não ser seguido por soldados do Imperador. Além disso, o desperdício na situação era simplesmente inaceitável. Appius segue para os cadáveres, e drena o vitae ainda fresco que sobrou em seus corpos. Em seguida, ele alimenta seu carniçal, após tranquilizá-lo (um pouco) quanto à cena ao seu redor.*


-Eu sinceramente espero que seja bom com animais, Seleucas. Vai ser o cocheiro a partir de agora.
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Qua Abr 11, 2018 1:17 pm
* Seleucas manteve-se no interior da carruagem todo o tempo. Quando Appius se dirige a ele, nota um olhar assustado e um medo primal que o faz tremer. Ele responde com a voz hesitante*

- Sim...meste, sei guiá-los...Sei...sim.

*Alguns minutos se seguem entre o carniçal ir até os cavalos e prendê-los nas amarras da carruagem, preparando-os para seguir viagem. Esta sangrenta noite se vai e outras mais tranquilas se apresentam até que o transporte chega em Ancona, seu destino original. Seleucas anuncia a chegada e Galerius, ao descer da carruagem, enxerga uma província romana de tamanho reduzido, com apenas uma Vila central e demais moradias construídas espaçadas, em pedra, formando um corredor único em direção a região portuária.

Lá, ao longe, era possível ver pequenas embarcações atracadas e um navio maior, do qual homens descem e sobem a rampa de acesso carregando tecidos diversos e demais especiarias. Há um homem que se destaca dentre os que ali estão, é magro, alto e usa uma toga amarelada - talvez tivesse sido branca um dia. Ele parece organizar os que acessam o navio e também contabilizar as mercadorias que o deixam. Não possui muita idade, seus cabelos são escuros e bem cortados e a pele é ligeiramente bronzeada.*
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Qua Abr 11, 2018 2:35 pm
*Ancona... Appius suspeitava que entendia os motivos de Prestes lhe ter mandado até ali. A cidade era pequena, e portanto com poucas chances de sua passagem por ali chamar a atenção. Appius seria apenas mais um viajante pelas docas.*

*Andando em direção ao porto, o Capadócio vê o homem alto e ensebado. Provavelmente uma autoridade local ou capitão de um dos navios. Em todo caso, uma fonte útil de informação. Com alguns passos, ele se aproxima do homem e o cumprimenta.*


-Salve, cidadão. Sendo direto, preciso de informação e acredito ser o homem capaz de me fornecê-la. Procuro por um homem chamado Solonius, residente aqui em Ancona.
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Qua Abr 11, 2018 9:00 pm
* O homem sequer ergueu o olhar com a aproximação de Appius. Parecia entretido em seus pergaminhos nos quais ticava com tinta fresca conforme as mercadorias desciam ou subiam pela ponte de acesso ao navio. Respondeu de forma breve*

- Solonius? A menos que tenham os deuses me levado ao tártaro através desses incontáveis fardos de especiarias, falas com o próprio.

* Ele, finalmente, levanta o olhar e em seguida uma das sobrancelhas ao vislumbrar o estranho homem à sua frente*

- ...e...em que posso ser útil, meu caro...?
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Qui Abr 12, 2018 6:21 pm
*Quando Solonius olha pra cima, ve a face de um morto. Uma palidez sepulcral, olheiras típicas de um cadáver e cabelos e barba de pelos frágeis compunham o rosto de Appius, e o pequeno sacrilégio do mestre do porto faz com que sua expressão, além da palidez, também seja carregada de uma irritação mal-disfarçada, mais evidente ainda por suas vestes sacerdotais.*

-Deveras? Ouve-se muito sobre os que querem sair do Tártaro, mas alguém que fantasia em entrar? Ora, eu certamente gostaria de ver a expressão do Senhor Plutão ao ver isso, e eu certamente posso providenciar esse encontro.

-Mas, azar dos azares, somos homens ocupados, não? Seus anseios terão que esperar um pouco.

*Appius tira da algibeira o selo dourado da águia que lhe foi dado por Juno Prestes*

-Acredito que isso fala por si só?
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Dom Abr 15, 2018 9:22 am
* O magro homem engole a seco quando seus olhos repousam sobre o selo dourado com a imponente águia dourada entalhada.*

- Er..er...perdoe-me, Senhor. Eu estava absorto em meus afazeres e minhas palavras não carregam as intenções de meu coração.

* Prontamente ele enrola o pergaminho no qual, até este momento, depositava toda a sua atenção e o guarda nas vestes.*

- Diga-me, Senhor, em que o bom Solonius pode auxiliar o Imperador e àquele que carrega o seu símbolo?

* Galerius compreende que naquele olhar assustado havia mais que um simples medo. Era um dever a ser cumprido, com urgência e perfeição*
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Dom Abr 15, 2018 3:55 pm
*O rosto do Capadócio permanece inalterado. A desaprovação continuava evidente.*

-Um navio para Tessalônica. Esta noite, com cabine própria. Os detalhes ficam a seu critério.

-Ah... e mais uma coisa. Eu sugiro fortemente que você encontre um sacrifício adequado para os deuses a fim de perdoar sua língua blasfema. Os deuses não reagem bem a sacrilégio, muito menos o Imperador, sendo divino como é.
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Dom Abr 15, 2018 4:26 pm
* O homem, notoriamente assustado, responde prontamente*

- Sim meu Senhor, será providenciado. A Nau mercante que vês ancorada sairá ainda esta noite, justamente para o porto da Tessalônia. Caso não o agrades, haverá outro navio que sairá amanhã assim que o sol raiar e...

* Ele observa bem a face de Galerius*

- Perdoe-me novamente Senhor, perdoe-me. Este sairá esta noite e possui ótimas instalações. Garantirei que o senhor tenha  a melhor das cabines, além de homens, mulheres ou o que mais o senhor preferir para...para...

* Ele se aproxima, falando em tom mais baixo*

- Nutrir suas necessidades noturnas, meu Senhor.

- Vamos, deixe-me ajudar vosso servo com seus pertences.


* Ele aguarda somente as ordens de Appius para prosseguir com o embarque*
Albert Osmund
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Estradas Romanas Empty Re: Estradas Romanas

Dom Abr 15, 2018 7:18 pm
-Suas providências vão bastar, por ora. Assegure-se também de que haverá um guia para a região no navio, ou falhando isso, um no porto de chegada, além de um mapa da região.

-Sobre aqueles que… desejam prestar homenagem, que seja a cada noite, sozinhos.

*Appius faz um sinal para Seleucas, para que acompanhe Solonius, antes de adentrar no navio.*

-Apenas mais uma coisa, cidadão. Quanto tempo levará a viagem?
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Estradas Romanas Empty Re: Estradas Romanas

Dom Abr 15, 2018 9:51 pm
- Sim, Senhor, o guia será providenciado em sua chegada às terras macedônias pois, esta noite, não disponho de nenhum homem capaz para o serviço e minhas atribuições me mantém aqui no Porto. Deixarei meus homens informados sobre a necessidade e assim que aportarem alguém será indicado a servi-lo, Senhor.

* Ele começa a caminhar em direção ao navio, já levando uma ou duas das algibeiras pertencentes à Appius, assim como Seleucas o faz, enquanto responde.*

- É uma viagem que dura entre seis e nove dias, Senhor. Tudo dependerá dos ventos e do bom humor de Poseidon que...

* Ele percebe que novamente falava sobre os deuses de forma improdutiva e se cala*

- Mas tenho certeza de que será uma viagem tranquila, Senhor.

* Não demora muito e Appius embarca e se instala adequadamente. O aposento de seu destino é alocado na parte inferior do navio, longe dos raios solares que figuram nos céus durante o dia. É um local pequeno, mas com mimos cuidadosamente preparados. Desde uma cama confortável e envolta em tecidos nobres até visitas noturnas de homens e mulheres que, de bom grado, servem de alimento e de prazer se essa for a vontade do Capadócio.

Seis dias se passam e Galerius desperta em uma noite tormentosa. O navio balança com força e o barulho das ondas a se chocarem contra a sua lateral é imenso. Ao longe, os gritos dos homens com palavras de comando para segurarem as amarras e baixarem as velas ecoam. Sons de trovões, altos e poderosos, atravessam a sala como se ali estivessem. Seleucas está amedondrado em um dos cantos, segurando firme para não deslizar de um lado a outro no balanço abrupto da embarcação.

O Mar, em sua imensidão, assustava os que a ele se lançavam.*
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Dom Abr 15, 2018 10:19 pm
*Ao longo da viagem, o Capadócio se encontra num humor surpreendentemente benévolo. Todos que são encaminhados a ele durante a noite são tratados com respeito, assegurando que estão fazendo um sacrifício divino, e para tanto são vistos favoravelmente para os deuses, saindo da experiência com uma sensação curiosamente agradável, uma ligeira dor de cabeça e uma benção do sacerdote misterioso. Durante todo o período, Appius se alimenta sempre de forma frugal de forma a não causar ferimentos graves em nenhum de suas "vítimas".*

*Na sexta noite, porém, Appius acorda praguejando. Em nome de todos os deuses do Olimpo e além, cada noite fica mais fácil entender o porquê de ter passado tantos anos como recluso. Se não eram tramas infernalistas ou Matusaléns selvagens, era isso: uma tempestade logo antes de chegar à Tessalônica.*

*Se levantando, e vendo a já familiar cena de seu carniçal apavorado em um canto, ele sacode a cabeça e se levanta, indo em direção ao convés enquanto se segura nas paredes.*
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