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Arthas Baratheon
Arthas Baratheon
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Arthas Baratheon - O Terrível Empty Arthas Baratheon - O Terrível

Sex maio 18, 2018 1:37 pm
Passopedra é um lugar abandonado pelos Deuses, novos e antigos. Sangue, guerra e a ausência de honra ganham espaço na costa habitada por piratas, selvagens e pelos rebeldes filhos de Dorne. O Trono de ferro ignora os conflitos e não desprende suas forças para o domínio dos assim chamados Degraus.

Ao menos, não por qualquer razão. Desta vez, os rebeldes haviam ultrapassado os limites e sequestrado uma família de nobres, comerciantes, que navegava por suas águas. O Rei delegou a tafera à casa Baratheon e enviou um de seus familiares para acompanhar as tratativas.

Da casa da Fúria, Arthas Baratheon - O jovem Guerreiro, foi escolhido para liderar o destacamento em busca da solução do entrave e sob sua tutela temporária estava Einar Targaryen que cumpria a função diplomática de seu Rei, Aegon IV.

O sol se escondia por detrás daquelas malditas montanhas que cheiravam a sal. O mar escuro tornava-se rubro com o sangue derramado em suas margens. Os sons das lâminas encontrando-se e dos escudos recebendo os impactos ecoavam pela praia. Gritos de dor e o cheiro das fezes dos mortos se misturavam ao grasnar dos pássaros das águas salgadas, que ansiavam pelo despojo dos corpos que se amontoavam nas areias.

As tratativas diplomáticas falharam.

Era o segundo dia de batalha e estavam próximos de adentrar à terceira noite, quando o balançar firme da grande espada cortou ao meio o último dos comandantes Dorneses. Foi um golpe limpo que abriu aquele homem em dois fazendo com que seu sangue espirrasse cobrindo a face de Baratheon com o líquido escuro e espesso de Nymerus, o Martell.

Restavam alguns rebeldes, mas as forças conjuntas de Baratheon e Tyrell os esmagariam facilmente. Arthas deixou-os concluir a tarefa.


Naquela noite, O Lorde Arthas Baratheon limpava-se da graxa rubra que cobria seu corpo dos dois dias de batalha seguidos. Seu corpo nú estava de pé, com um meister a costurar o ferimento em seu flanco esquerdo enquanto uma das servas mantinha-se com a boca cheia com seu pênis e outra limpava-o com um pano umedecido. Em sua mão direita, um cálice de vinho semi-cheio.

Seus cabelos eram longos e cheios e uma barba desleixada ocupava sua face, sempre sisuda, calculista.

Foi neste momento que o Targaryen adentrou aos seus aposentos na tenda de guerra e, com seu porte notável e modos polidos, trouxe as novas que se seguiram após a morte de Nymerus pelas mãos de Arthas Baratheon.


- O inimigo foi contido, Lorde Baratheon. A queda de Nymerus por sua espada garantiu a conquista.

Afastando a serva de seu pau com certa brutalidade e bebendo um gole a mais do vinho, Baratheon aproximou-se de Einar e colocou uma mão sobre seu ombro. Havia uma chama incontida no olhar do homem da Casa da Fúria.

- Conquista? Caminhe comigo, Lorde Einar.

Indicou balançando a mão para que os servos deixassem o local e vestiu-se com um manto marrom escuro, puxado para os tons amarelados, com o brasão de sua família no peito e caminhou ao lado do Targaryen até a praia onde estavam os prisioneiros. Haviam vencido, afinal. O número de cativos era enorme, cerca de cem homens e mulheres de Dorne que lutaram por seu líder.

Em sua mão direita havia uma descomunal espada de lâmina dupla, notavelmente feita para ser empunhada com ambas as mãos. Arthas, contudo, a manejava com apenas uma. Era um homem grande e sua força física era conhecida nos sete reinos.

Aproximou-se de uma mulher e sua mão esquerda segurou o queixo da cativa, erguendo o olhar da prisioneira para o seu. Estavam todos rendidos, amarrados e derrotados. Muitos deles feridos. Encarou-a nos olhos e falou, destinando-se à Einar.


- Veja, Lorde Targaryen. Estes olhos rebeldes não podem ser conquistados.

A mão direita aproximou a grande espada do ventre da mulher e pressionou, lentamente, a ponta contra seu peito. A arma começava a atravessar a mulher que gritava em agonia enquanto Baratheon continuava.

- Deixe-os vivos e rastejarão, como as serpentes que são, para os pés de nossas camas e nos atacarão enquanto dormimos.

Sua voz era baixa, calma, fria.

- Prenda-os e eles cultivarão seu veneno por anos, apenas aguardando o momento de nos assassinar com ele na calada da noite.

A espada atravessou-a e suas vísceras caíram ao chão, junto às fezes e sangue, a mulher ainda gritava. Direcionou-se a seus homens, que também assistiam.

- Matem a todos. Desmembrem alguns e exponham em lanças na costa junto aos estandartes Baratheon e Targaryen. Deixe que um viva para que conte aos seus o que acontecerá com cada rebelde que ousar desafiar o Trono de Ferro.

Naquela noite, uma centena de prisioneiros foi desmembrada e empalada e os gritos ganharam a costa de Passopedra. Foi naquela noite também que Arthas Baratheon passou a ser chamado de O Terrível.

A suposta família nobre sequestrada nunca foi encontrada.


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Última edição por Arthas Baratheon em Sáb maio 19, 2018 9:59 am, editado 3 vez(es)
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Sex maio 18, 2018 10:28 pm
Estavam há um dia das Terras da Tempestade, seu lar, quando o sol caiu por detrás das montanhas e o acampamento foi erguido. Arthas Baratheon mantinha-se sobre seu cavalo, um alazão negro da costa de sua terra natal, com o olhar fixo nas montanhas à frente onde já vislumbrava o Castelo de Ponta Tempestade. A fortaleza de seu pai.

Ao longe, em frente à uma das tendas destinadas aos soldados, dois vassalos do Lorde Baratheon o observavam e dialogavam sobre os eventos recentes.


- Estou tremendo até agora, Manfred. Não consegui contar quantos braços e pernas carreguei naquela maldita praia. Pelos Sete, porque Lorde Baratheon nos exigiu fazer tamanha atrocidade? Questionava o homem a aquecer as mãos na fogueira recém acesa.

- Para enviar uma mensagem, Garret. Respondeu prontamente o outro soldado, a molhar um pão envelhecido e duro em vinho.

- Assustar os Dorneses. Sim, eu sei. Mas não bastava matá-los? Lorde Arthas é um grande guerreiro, mas é um patífe sem escrúpulos! Até mesmo as mulheres foram desmembradas! Continuou o primeiro homem.

- Se não quiser acabar como os Dorneses, sugiro que fale mas baixo, seu estúpido. Suspirou o homem ao morder o pão dormido de dias atrás, e continuou. - A mensagem não foi somente para o inimigo, seu burro. Foi para nossos homens e para todos que vivem em Westeros. Para que todos saibam que trair o Reino e se rebelar termina em morte, a pior possível.

- Medo. É somente isso que esse homem espalha. Não durmo direito há duas noites, fico ouvindo os gritos dos mortos. Prosseguiu Garret.

- Lorde Arthas nem sempre foi assim. Cale a boca e ouça, você precisa conhecer melhor o seu Senhor. Manfred iniciou o conto.

" Veja Garret, a grande espada embainhada na sela do cavalo. Aquela espada tem um nome. Ela se chama O Lamento da Tempestade. Tem alguma ideia da razão deste nome? Não, claro que não tem. Cale a porra da boca e coma esse maldito pão enquanto me ouve, você está magro como um cão sarnento.

Lorde Arthas Baratheon casou-se, uma vez. Leyanna Arryn, do Ninho da Águia. Eu era um garoto e estava na celebração junto a meu pai, que quando vivo era o escudeiro do Lorde da Tempestade e Pai de Arthas. Ah, foram duas noites e um dia de celebração. Comida, bebida e dança como nunca antes estas terras viram.

A espada foi um presente de Reihardt Arryn, o pai de Leyanna, para o noivo. Sussurram que é feita de um aço antigo, que não mais existe. O casamento entre as casas selava um acordo e uma aliança. Foram semanas de júbilo, aquelas. Filho de uma puta das vielas mais sujas do Correrrio! Abra os malditos olhos que eu estou falando!

Mas foi aí que ela veio. Uma adoradora dos antigos Deuses. Passou apenas duas noites nas Terras da Tempestade e cantou aos quatro ventos que a desgraça se abateria sobre os Baratheon nos próximos dias. Deveríamos tê-la despedaçado, como fizemos com os inimigos há poucos dias. Quando ela se foi, uma doença se abateu sobre Leyanna. Os melhores Meisters vieram de todos os cantos de Westeros e nada puderam fazer. Ela definhava, emagrecia e perdia a lucidez.

Foi Meister Lucelus, de Porto Real, que trouxe a pior das notícias. Tudo indicava que Leyanna, naquele estado, carregava uma semente de lorde Arthas. O desespero consumiu aquele homem.

Ele não poupou esforços, moedas de ouro e tempo na busca por uma solução. Até mesmo navegou nos navios dos Greyjoy, pagando altas taxas, na tentativa de achar alguma cura além do Mar Estreito. Retornou de mãos vazias e mente cheia.

Foram os Targaryen a estender-lhe a mão quando precisou. Enviaram os melhores Meisters dos sete reinos, os melhores unguentos medicinais e até mesmo os mais capazes sacerdotes. Todos falharam, ainda assim. Dizem que Lorde Arthas cumpre as tarefas dadas a ele por Porto Real não por fidelidade ao Reino, ou apreço ao Rei, mas por débito aos Targaryen.

Débito pelos préstimos durante seu sofrimento. A morte de Leyanna se deu, certa como as tempestades que caem nestas terras. Com ela, o embrião de Lorde Baratheon também se foi. O eventou destroçou aquele homem e ele se tornou uma figura reclusa. Foi nesse período que ele deixou o castelo de Ponta Tempestade e vagou pelos ermos.

Três anos, Garret. Foram três anos que o Lorde Baratheon vagou como uma selvagem por locais não habitados. Alguns dizem que nem mesmo os Starks foram tão ao Norte quanto ele e que somente a Patrulha da Noite cobriu mais território selvagem que Lorde Arthas. Nunca saberemos, ele não fala sobre o assunto. Pelos Sete, ele não fala conosco, a patente baixa, sobre nenhum assunto.

Foi aí que sua espada ganhou nome. Não se sabe ao certo quem o deu, mas o Lamento da Tempestade lembra ao Lorde Arthas, todos os dias e noites, da maior perda de sua vida.

Todo homem tem uma história, Garret. Talvez os pedaços que carregamos dos Dorneses sejam poucos perto do número de estilhaços que o Coração daquele homem carrega. Ou talvez ele seja somente um crápula, a história parece mais triste quando eu a conto."

Os homens continuaram a conversar e beber, observando ao longe seu Lorde a fitar o horizonte de cima de seu cavalo negro. Um relâmpago cortou os céus, anunciando mais uma tempestade vindoura nas terras de mesmo nome.
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