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Sir Stephen de Cromwell
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Ponta Tempestade, a Fúria dos Deuses Empty Ponta Tempestade, a Fúria dos Deuses

Sáb maio 19, 2018 1:19 am
"Essa Ponta Tempestade é um lugar antigo. Há feitiços tecidos nas pedras. Muralhas negras as quais nenhuma sombra pode ultrapassar - antigas, esquecidas, mas ainda de pé."

-Melissandre de Asshai-

Ponta Tempestade, a Fúria dos Deuses Tn-sto10

*Construída na Era dos Heróis, Ponta Tempestade é o assento da Casa Baratheon, e da casa Durradon por milhares de anos antes da chegada de Aegon, o Conquistador e seu meio-irmão bastardo Orys Baratheon.*

*O castelo é uma obra maestral de engenharia, surpreendentemente atual após tantos séculos de existência, e até hoje jamais foi tomado em um cerco, nem mesmo pelos dragões do Conquistador, uma vez que Argilac o Arrogante, o último Rei das Tempestades, preferiu enfrentar seus exércitos no campo de batalha. Tamanha invencibilidade, somada à lenda de Durran Lamento dos Deuses, fizeram com que corram boatos que as muralhas do castelo são invencíveis graças a diversos feitiços tecidos e implantados nas próprias pedras de suas muralhas.*

*Ponta Tempestade é cercada por uma muralha externa maciça, com trinta metros de altura e doze de espessura em seu lado mais estreito e com mais de vinte no lado virado para o mar. A muralha é composta de uma camada dupla de pedra cinzenta com um núcleo de areia e detritos. A muralha também é lisa e curva, com as pedras encaixadas de forma tão perfeita que nem mesmo o vento encontra passagem por ela. No lado voltado ao mar, há uma queda de cinquenta metros entre a muralha e o mar, não havendo ancoradouros seguros no castelo.*

*A muralha externa protege as cozinhas, estábulos e pátio do castelo. Ponta Tempestade possui apenas uma única torre, em formato de um tambor colossal coroado com ameias formidáveis, de forma que à distância inimigos podem ver o que parece um imenso punho com espinhos apontado para o céu de forma desafiadora. A torre é tão grande que abriga confortavelmente o granário, quartéis, arsenal, salão de banquetes e os aposentos do lorde. Apesar dos ventos incessantes da Baía dos Naufrágios e as tempestades constantes que dão nome a essas terras, o clima em Ponta Tempestade é quente no verão. O castelo é rodeado tanto por campos quanto por colinas pedregosas.*

*Nossa é a Fúria, diz o lema da casa Baratheon. Mas ainda assim a fúria e paixão que queimavam no coração de cada membro da família empalidecia quando comparadas à fúria das tempestades e, paradoxalmente, eram uma visão calmante. Ao menos para Arthas Baratheon, que podia passar horas nas ameias da muralha externa, vendo o mar tempestuoso, praticamente todo branco, bater com violência nos rochedos da costa. Ver os deuses lançarem tamanha fúria sobre o mundo fazia com que ele se esquecesse por uns poucos momentos da fúria que habitava seu interior. Não importasse quantos barris de vinho bebesse, quantos inimigos desmembrasse, quantas meretrizes provassem de sua semente, jamais conseguia apagar Leyanna de seu coração. Sua perda era um misto de cratera vazia com fogo ardente dentro de si, uma fúria que ele imaginava que jamais seria aplacada, ao menos não totalmente. Sempre que se encontrava sozinho, seus pensamentos migravam para Leyanna, seu sorriso, seu corpo... e sua aparência definhando na cama, lhe trazendo ao mesmo tempo ruína e desgraça.*


-Sor Arthas? Milorde?

*A voz o tira de seus devaneios. Podia ver Pate, um dos guardas do castelo, na ameia próximo a si, encharcado pela tempestade. A tempestade também fazia com que o pobre homem tivesse que gritar para ser ouvido. E como se não bastasse, também estava a uma certa distância de Arthas, como se tivesse calculado o alcance de seus braços poderosos e ficado uns bons três passos além deles.*


Última edição por Arquimeistre em Sáb maio 19, 2018 4:49 pm, editado 1 vez(es)
Arthas Baratheon
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Sáb maio 19, 2018 11:17 am
* Os Raios que cortavam os céus eram como os sons de sua espada a cortar e esmagar os ossos dos inimigos. Traziam paz.

A chuva caía sobre seus longos cabelos e sua barba cheia, que lhe conferiam um aspecto animalesco e bruto. Ostentava aquela aparência desde que retornou do extremo norte, para além da muralha da patrulha da noite. Não falava sobre suas andanças, mas seus modos foram para sempre modificados pela experiência.

Foram as palavras ouvidas ao longe e em baixo tom que o tiraram da imersão em suas próprias memórias. Leyanna. Suas curvas, seu sorriso, o filho que nunca se fez nascer. Suas poderosas mãos apertaram a beirada de pedra na qual se apoiava, com força suficiente para que seus dedos sangrassem.

Em silêncio, caminhou passando pelo homem que gritava por sua atenção. Caminhou deixando a área aberta, esperando que o emissário o acompanhasse, e quando chegou no interior da torre, onde a tempestade ecoa mais branda, indicou brevemente*


- Fale, homem.

* Sua expressão era impaciente, como a de alguém que foi retirado de uma tarefa que cumpria*
Sir Stephen de Cromwell
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Dom maio 20, 2018 12:48 am
*Pate o segue, um misto de terror por falar com Arthas e alívio por se ver livre da tempestade.*

-É milorde Uther. Ele deseja vê-lo no salão de banquetes, senhor.

*O soldado segue em frente, volta e meia olhando para trás nervoso, para conferir se o irmão do lorde o seguia. Quando chegam no salão de banquetes, Arthas percebe que as imensas portas duplas estão abertas, e o barulho dos comensais é claro - um misto de risadas com uma quantidade considerável de pessoas comendo, arrotando e bebendo somados ao fogo da lareira e a tempestade uivando do lado de fora.*

*O calor da sala bate em Arthas como um martelo. O salão era alto e amplo, com diversos troféus de caçadas adornando as paredes, embora cervos com galhadas fossem a maioria, e duas mesas compridas atravessavam o salão paralelas uma a outra, uma contendo servos e trabalhadores do castelo, enquanto a outra continha soldados, guardas e cavaleiros. Uma terceira, rente a lareira, abrigava os membros de mais importância da casa - o septão, meistre, mestre d'armas, dentre outros, embora Arthas percebe que a cadeira de seu irmão, a central e mais alta, esteja vazia. Os comensais devoravam vários pratos - ensopados de peixe, guisado de porco, sopa de cebola com bacon, tudo regado a bastante hidromel e cerveja, servidos em jarras e chifres.*

*Arthas começa a se perguntar por que o irmão não está em seu assento quando ouve uma voz familiar.*


-Arthas! Se quer ficar molhado tanto assim, me deixe virar uma jarra de cerveja em sua cabeça e acabamos logo com isso! Estava te esperando voltar da estrada desde o começo da tarde!

Ponta Tempestade, a Fúria dos Deuses The-sh10

*Seu irmão olhava para ele, um sorriso brilhante nos lábios e os olhos azuis vivazes de alegria. Talvez houvesse apenas duas pessoas em Ponta Tempestade, não, em toda a região, que não temessem Arthas: Lyonel, seu sobrinho de cinco anos, um garoto aventureiro e cativante, que via no tio um verdadeiro gigante e o maior guerreiro de toda Westeros; e seu irmão, Uther Baratheon, Lorde de Ponta Tempestade e Suserano das Terras da Tempestade. Lorde Uther era um homem robusto, embora obviamente não a ponto do irmão mais novo, e embora não envergonhasse o nome da família em torneios, também não era um guerreiro digno de nota. Seus maiores talentos estavam no carisma pessoal, pois conseguia inspirar lealdade e criar amizades com uma simples conversa; e no conhecimento sobre a guerra. Por trás do sorriso franco, Lorde Uther era um exímio estrategista e político.*
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Dom maio 20, 2018 6:10 pm
* Ao adentrar no salão e notar a quantidade de homens a comerem, mais do que aguentariam e sem dúvidas do que mereciam, lembrou-se de seus soldados a comerem pão duro e mingau de parcos grãos na guerra. Manteve-se de pé a procurar, com o olhar desinteressado, por seu irmão. Foi sua inconfundível voz que o fez olhar para trás.

Arthas estava ensopado. Seus longos cabelos e barba se misturavam em virtude da água que escorria por seus ombros largos. Olhava Uther de cima. Embora seu irmão mais velho fosse alto como a descendência Baratheon impõe, Arthas era maior e seu físico mais protuberante. Sua expressão sisuda e pouco carismática escondia a beleza que a virilidade de seus modos lhe garantia. Era, ainda sim, um belo homem.

Apertou o antebraço de seu irmão em cumprimento, firme e sincero. Haviam poucos em Ponta Tempestade, apesar de ser o lar de sua família, que Lorde Arthas respeitava de fato. Um deles era seu irmão, o outro o Mestre D'armas com o qual treinou toda a vida. Considerava o Meistre e o Septão homens a serem ouvidos mas mantidos na distância correta. Suas falas mansas e aparentemente sábias costumavam levar as ações de homens maiores a um curso indesejável. Havia também Lyonel, seu sobrinho. Enxergava muito de si - não deste amargurado comandante que dissemina sangue por necessidade - mas daquele jovem Arthas que fora um dia.

Sua voz grave se fez presente e um sorriso leve, um dos poucos esboçados nos últimos anos, se fez presente em sua face cerrada*


- Há uma paz na Tempestade que apenas nós apreciamos, irmão. Deverias visitá-la de tempos em tempos.

* Olhou em volta e, como se desaprovasse, continuou*

- O que celebramos neste dia? Há ao menos uma centena de bons soldados, valorosos e cansados da batalha que se seguiu, do lado de fora da Fortaleza que se contentariam com o que há na mesa destes gordos bajuladores que o cercam.
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Dom maio 20, 2018 11:06 pm
*Uther sorri sacudindo a cabeça, enquanto enche um chifre e passa para o seu irmão. A cerveja era escura e grossa, e Arthas sentia o sangue circular novamente em seu corpo após o banho de tempestade.*

-Nesta terra em que vivemos, se não saímos para nos encontrarmos com a tempestade, cedo ou tarde ela vem ao nosso encontro...

-Sim, tenho certeza que seus soldados caberiam neste salão junto com os gordos bajuladores... e com meus servos, escudeiros, minha guarnição; ora, irmão, e por acaso algum dia eu neguei espaço à mesa para um soldado a serviço de Ponta Tempestade? Me fazes uma injustiça. Talvez estes mesmos soldados pudessem estar comendo e bebendo agora se o comandante deles não tivesse escolhido tomar um banho de chuva antes.


*Uther bebe o resto da jarra de um gole só. Após a alegria inicial de ver seu irmão, o semblante estava fechado. Arthas Baratheon sabia que com ele, o irmão jamais fingia emoções. Todos os sorrisos eram genuínos, assim como as preocupações.*

-Não celebramos nada hoje, muito pelo contrário. - seu olhar parece distante por um segundo - Traga seus homens para dentro. Coma, beba, converse. Quando tudo terminar, gostaria de vê-lo em meus aposentos, temos algo importante a conversar.

*Dito isto, o lorde de Ponta Tempestade se afasta, para conversar entre os comensais. Arthas podia ver que havia diversos servos e trabalhadores braçais sentados à mesa, e volta e meia Uther parava para conversar com um, se lembrando do nome e uma pequena anedota envolvendo a vida do servo em questão, fazendo com que ele se tornasse ao mesmo tempo orgulhoso e constrangido pela atenção dedicada pelo seu lorde. Arthas sabia que o irmão sempre recebia um certo número da criadagem do castelo em seus banquetes, sempre alternados, e uma vez por mês chamava um deles para se sentar ao seu lado na mesa principal, para que melhor soubesse dos problemas e da vida das classes baixas - parte da mágica de seu carisma, e o que lhe garantia tanta lealdade entre seus subalternos, tanto os nobres quanto os de sangue comum.*
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Seg maio 21, 2018 2:31 pm
*Arthas sentia-se incomumente bem ao lado de seu irmão. Era uma sensação incomum ao passo de sentir-se verdadeiramente vivo apenas durante a Guerra, o embate e o sangue. Com seu irmão era um sentir diferenciado. Havia algo nele que o retirava do poço profundo e escuro de suas memórias. Se não completamente, o suficiente para amenizar seus pensamentos mais sombrios.*

- jamais negastes, irmão. E sei que não o farias aos meus soldados que, com suas ações, merecem desfrutar do melhor de nossas terras. O que lhe digo é que acostumas mal aqueles que vivem a rodeá-lo. Alguns daqueles homens não visitam o campo de batalha e não mais reconhecem as dificuldades da Guerra como o faziam outrora.

- A bonança e a paz nos enfraquecem e amolecem. Não deixe que isso aconteça. Não permita que se tornem gordos e bajuladores indignos de Ponta Tempestade.


* Observou o afastar-se de seu irmão e sua comum prática de receber os plebeus. Jamais dissera, mas admirava e de certa forma invejava a empatia daquele homem.

Caminhou até a saída da fortaleza de seus ancestrais e comandou a seus homens para que entrassem, bebessem e comessem, com o merecimento devido por sua contribuição nos conflitos recentes.

Arthas Baratheon era o Terrível, implacável e duro com os inimigos e com seus próprios homens, mas era também justo com aqueles que assim mereciam.

Banqueteou, também, pois a boa comida e bebida de suas terras lhe faziam falta como a qualquer homem e quando o momento se apresentou, seguiu conforme as instruções de seu irmão e Lorde da casa Baratheon, para que parlamentassem sobre o assunto responsável por tirar o sorriso constante da face de Uther.*
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Ter maio 22, 2018 2:58 pm
*Os homens de Arthas entram avidamente no salão. Por mais que temessem o senhor, sabiam que ele era justo, e eram gratos a ele e a lorde Uther pelo teto seco e comida quente. O respeito, porém, não se traduzia em camaradagem. Arthas tem um lugar de honra na mesa do lorde, mas passa a maior parte da refeição sozinho. Com Uther ocupado entre seus súditos, Arthas tem pouco a conversar com seus colegas de mesa, trocando apenas algumas palavras amistosas com Sor Jonos Selmy, o mestre d'armas que o havia ensinado a usar uma espada, agora já um homem velho, mas ainda tenaz, e seu sobrinho Lyonel, incontrolavelmente feliz em ver o tio, sempre lhe pedindo para contar histórias sobre batalhas e por sua vez contando suas próprias aventuras em toda a maturidade de seus cinco anos, além de seu sonho de ser um grande cavaleiro.*

...

*Terminada a refeição, Arthas se dirige aos aposentos do lorde, onde tem trânsito livre. Os aposentos eram grandes e espaçosos, com diversas galhadas de cervos penduradas ao alto da lareira enorme, além de uma cama de baldaquino forrada com peles e um tapete de urso no centro. Lord Uther se encontrava sentado à mesa debruçado sobre um mapa, acompanhado de Meistre Elbert, um velho com mais de setenta anos de idade, apoiado em uma bengala de madeira retorcida. Ao ver Arthas, Uther levanta os olhos da mesa, e recebe o irmão com um sorriso.*


-Se juntou a nós, que bom! Sente-se. Meistre, queira se sentar também, por gentileza.

*Uther se levanta para contornar o mapa. O velho meistre apenas abana a mão com um gesto.*

-Obrigado, milorde. Mas se eu me sentasse agora, só conseguiria me levantar pela manhã.

*Uther se levanta e fecha parte do mapa com pesos, deixando a mostra apenas as Terras da Tempestade e os arredores. Em seguida começa a falar, apontando os locais conforme os descreve.*

Ponta Tempestade, a Fúria dos Deuses Storml10

-A Mata do Rei. Esta floresta cobre território tanto das terras da tempestade quanto das terras da coroa. Na verdade, ao norte do Águaquevai, a fronteira entre nossas duas regiões, toda a floresta é de propriedade e uso exclusivo da coroa.

-Há uns dez ou nove anos, o rei tomou a... decisão de invadir Dorne novamente. Seria uma invasão de ponta dupla, uma frota por mar e armas de cerco por terra. A frota, para o bem ou para o mal, foi toda destruída numa tempestade na Baía dos Naufrágios, e por terra...

-Bem, por terra, o rei ordenou à Guilda dos Alquimistas que lhe construísse novos dragões, já que não tinha mais os dragões vivos de seus antepassados, e eles os entregaram. Monstruosidades, máquinas de madeira e metal com foles nas barrigas que vomitavam fogovivo. E a rota da invasão passaria pela Mata do Rei. Eu preciso explicar como tudo terminou? Era necessário que apenas um dos dragões desse defeito, e deu. O fogovivo devorou tudo à sua volta, inclusive os outros dragões, aumentando as chamas, as equipes, tropas e mais de um quarto da floresta.

-Com esse desastre nas mãos, nosso pai conseguiu um acordo com a coroa: Ponta Tempestade cuidaria, através da Casa Fell, silvícolas para cuidar e reparar a floresta. Em troca, teriam o direito de exploração de parte floresta, coisas como extração de madeira e âmbar, por vinte anos - somada à parte da Mata que está nas Terras da Tempestade, teríamos basicamente o dobro de floresta para trabalhar por duas décadas. Um acordo que traria a Mata do Rei de volta à vida, e garantiria uma boa quantia à casa Fell e à nossa; um bom projeto para todos, no final das contas.


*Uther fecha o semblante, e Arthas pode ver que ele aperta a mesa até os nós das mãos ficarem brancos. Por mais que fosse jovial e empático, a tempestade que habitava no coração dos Baratheon também estava nele.*

-O trabalho dos silvícolas terminou este mês, e a exploração começou logo em seguida. Ocorre que ontem recebi um corvo de Pouso Real. O rei, em sua infinita sabedoria, transferiu a exploração da parte da Mata destinada a nós para a Casa Wendwater, uma família menor à serviço da Coroa na região.

*Ele larga a mesa, procurando se acalmar, e esvazia o conteúdo de um chifre de hidromel ao seu lado.*

-Não tenho a menor intenção de deixar as coisas desta maneira, e você fará isso para mim, fazendo o que faz de melhor. Não se preocupe, não tenho a menor intenção de antagonizar o Trono de Ferro. Nosso avô tentou jogar esse jogo antes, e as coisas não terminaram bem para ele.

-O rei organizará um torneio em breve. Diz-se que é para comemorar ao mesmo tempo seu dia de nome e a chegada do novo ano, mas eu desconfio que o que ele deseja mesmo é conhecer uma nova geração de filhas e esposas das casas nobres. Mas em todo caso, o vencedor, além de um prêmio considerável em dragões dourados, também poderá fazer um pedido à Coroa.

-Então, é isso que me vejo forçado a lhe pedir, caro irmão. Recupere o que é nosso por direito pela força de seu braço, e ganhe algumas moedas úteis no processo.
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Ter maio 22, 2018 7:14 pm
* Arthas acompanhou o discurso de seu irmão com os olhos fixos no mapa. Havia, então, o balofo desprezível dos Targaryen desrespeitado o tratado e presenteado outra casa com as terras que pertencem - por direito e legado - aos Baratheon.

Aguardou até que seu irmão concluísse para que sua voz grave, mas em tom baixo, se fizesse presente*


- Então me pedes para lutar por terras que já são nossas por direito e que foram usurpadas através do desrespeito do Rei ao nosso tratado?

* Encheu um chifre com hidromel e o bebeu em um só gole, enquanto caminhava pelo salão*

- Deveríamos ir até Porto Real, adentrar à Fortaleza Vermelha, nos aproximarmos do Trono de Ferro e encarar aquele homem que mal se sustenta de pé e perguntá-lo, com firmeza e determinação, por qual razão ele quebrou o tratado conosco antes selado. Ponta Tempestade não deve ser reduzida a pedintes, meu irmão.

* Encheu novamente o chifre com a doce bebida e o ergueu em brinde*

- Ainda assim, és o soberano desta casa - além de meu irmão - e tens meu respeito e lealdade. Lutarei e ganharei aquilo que já nos pertence, esmagando alguns ossos desavisados no processo. Não posso dizer que me queixo da tarefa, apesar de considerá-la indevida e indigna. Será um prazer lembrar à alguns daqueles mimados cavaleiros do que um Guerreiro das Terras da Tempestade é feito.
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Ter maio 22, 2018 9:10 pm
*Uther retribui o brinde, mesmo após as palavras duras de Arthas.*

-Ah, acredite em mim, nada mais me agradaria do que levar uns soldados para a Mata do Rei, ou mesmo por sob chamas tudo o que nossos silvícolas construíram. Mas não é este o caminho, e eu sei que sabe disso.

-Da mesma forma, a justiça não pode ser encontrada em Pouso Real. O Mestre das Leis não faz nada além de lamber os pés inchados do rei, e o rei? Sinto dizer que se preocupa muito mais com o próprio umbigo do que com o reino. Porém, uma vitória neste torneio seria inegável, um compromisso tomado diante todo o reino. Infelizmente, é a nossa melhor chance.


*O meistre fala também, em sua voz fraca.*

-Senhor Arthas, se lhe atender, gostaria que meu acólito, meistre Forley, lhe acompanhasse. A Cidadela o enviou a Ponta Tempestade para me... para me ajudar nas tarefas que já não são tão fáceis, mas ele ainda é muito jovem, e conhece pouco do mundo. Imagino que um pode ser útil ao outro.

*Uther emenda.*

-A presença de um meistre pode ser útil. No caminho para Pouso Real, gostaria que passasse em Fellwood, para que os Fell expliquem o estado atual da Mata do Rei, e por que exatamente os Wendwater conseguiram as árvores que por direito são nossas. Além disso, se eu puder ajudar com qualquer outra coisa, precisa apenas dizer.
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Qua maio 23, 2018 8:46 am
* Arthas entretia-se com a bebida enquanto o velho meistre tomou a palavra. Antes de respondê-lo, foi a seu irmão a quem se dirigiu*

- Compreendestes minhas palavras por outro angulo, Uther. A meu ver, caberia ao Lorde desta casa encontrar o Rei e perguntar-lhe por qual razão o tratado foi quebrado. Sem a necessidade de um enfrentamento entre as forças.

- Tua é a decisão, minha é a lealdade. Será feito.


* Olhou para o velho homem que mal se mantém de pé*

- Envie-me o garoto, Meistre. Não me peças, contudo, para bancar o guardador de crianças. Cada homem é responsável por seu destino, aviso-lhe.

* Ergueu uma vez mais o chifre em brinde e aguardou, se nada mais for dito, irá se retirar a seus aposentos*
Sir Stephen de Cromwell
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Qua maio 23, 2018 11:45 pm
-Com qualquer outro rei, Arthas, você estaria certo. Agradeço pela lealdade, e lhe desejo uma boa noite. Se precisar de algo a mais em sua empreitada, precisas apenas pedir.

*Uther se despede de Arthas com um abraço e um sorriso, embora parecesse cansado. O meistre, por sua vez, ri da resposta do guerreiro.*

-Se eu quisesse uma babá para meu acólito, Arthas, não pediria a você. A Cidadela é... limitada para ensinar a seus alunos sobrpe o mundo externo, e acho que a experiência lhe faria bem. Já agradeço pelo aprendizado que ele terá com você.

*Após as despedidas, Arthas se dirige ao seu quarto. Estava em um lugar privilegiado da torre, abrigado do vento uivante das tempestades que assolam a costa, mas era decorado de forma frugal. Apenas uma cama simples, uma mesa de carvalho com alguns utensílios, uma lareira e um baú. Arthas, porém, nota com satisfação que a cama estava arrumada com lençóis frescos e a lareira acesa.*
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Qui maio 24, 2018 10:14 pm
* Conforto.

Uma palavra simples e que deveria levá-lo ao descanso merecido após a longa viagem e as difíceis semanas na qual  dormia sobre o chão frio coberto apenas com feno e parcos tecidos de sua tenda, açoitado pelo vento gélido da noite ao relento. Ainda sim, é uma palavra que lhe remete a um passado doloroso que impossibilita seu descanso.

As memórias preenchem sua torturada mente em conformidade com as chamas da lareira que se avolumam e diminuem, em um vai e vem eterno e que queimará até que seja extinta. As labaredas serão, eventualmente, enquanto sua dor jamais se extinguirá. Foi em um cômodo semelhante que Leyanna entregou-se a seus braços pela primeira vez. Foi em uma cama como aquela que deitaram-se após as festividades do matrimônio. Ali dividiram confissões, sonhos, projetos e anseios. Ali, tornaram-se um em dois corpos.

Arthas caminhou, retirou os lençóis mais espessos da cama e os jogou no chão. Apertou-os para que lhe garantissem algum conforto e, com o olhar vidrado nas chamas inquietas da lareira, buscou o sono da paz que lhe é sempre negado e que sabe que jamais alcançará. Não completamente. Não enquanto não puder encontrá-la para além desta vida.*
Sir Stephen de Cromwell
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Sex maio 25, 2018 10:07 pm
*Ele sonhou aquela noite. Cada noite de sono era um misto de apreensão com expectativa, pois cada noite trazia a oportunidade de ver Leyanna da única forma que ainda lhe era permitida. Havia dias em que temia por esta hora, pois temia não aguentar vê-la apenas para perdê-la na manhã seguinte, como orvalho num dia de sol; nestes dias ele se entregava ao treino e à exaustão, ou à bebida, para que a noite de sono fosse apenas um turbilhão negro mal definido. Em outros dias, sentia tanto a falta da esposa que chegava a doer. Nada aplacava a sua fúria então, pois a morte havia sido o único inimigo cuja espada não conseguira derrotar até hoje. E ainda assim, também não sonhava nesses dias, por maior que fosse a vontade de ver Leyanna novamente.*

*Estavam os dois juntos em um navio. Já haviam navegado antes, quando a visitou através de Vila Gaivota, mas nunca num barco daquele jeito, nunca numa tempestade. Aquilo não era uma memória.*

*Leyanna continuava bela como Arthas se lembrava, bela e frágil, mesmo antes da doença. A tempestade a deixara ensopada, mas ela não parecia se importar. Estava satisfeita em ter o convés apenas para os dois.*


-A tempestade é sua fúria, meu amor. O que tanto a alimenta?
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Sáb maio 26, 2018 7:28 pm
* Perdeu-se no sonhar. A única e dolorosa forma de encontrá-la.

Arthas, como qualquer outro perdido na escuridão de seus sonhos, não possui a consciência de o estar vivendo. Para ele, é como se aquele momento existisse e mesmo que por breves instantes, sua fúria era aplacada pela presença de Leyanna. Afinal lá estava ela, bela e vívida à sua frente. Acariciou o rosto de sua esposa, enquanto a respondia*


- A tempestade vive no coração de cada nascido em nossas terras, minha vida e alma. Mas o que a alimenta é...

* Sentiu a perda. Mas o que havia perdido? Sua amada estava à sua frente e o momento era único e exclusivo dos dois. Sentia-se incompleto, ainda assim. Até que uma palavra veio à sua boca, enquanto a chuva pesada caía sobre seus corpos e revelava as curvas delicadas de sua mulher. Envolveu-a nos braços, ao pronunciar sua dor.*

- O vazio.

* Abraçou-a como se nunca mais fosse fazê-lo, enquanto os relâmpagos cortavam os céus.*
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Dom maio 27, 2018 4:24 pm
*Arthas via o corpo molhado da esposa, sentia seu cheiro mesmo com a tempestade. E quando estende os braços, praticamente consegue sentir sua pele, o pano do vestido, a água da chuva.*

*Mas ela desaparece. Arthas se encontra em seu túmulo, no mausoléu da família, e depois acorda. Ainda estava em sua cama, em Ponta Tempestade. Ainda estava sozinho. Está encharcado - por um momento acha que o sonho foi real, até se dar conta de que não é água da tempestade que o molha, mas suor.*
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Seg maio 28, 2018 10:27 am
*Acordou, desolado.

Se há um momento no qual a fúria da tempestade é sentida, é quando o barulho dos trovões ressoam pelos céus negros e revoltos. E foi o som alto de seus socos firmes a ressoar pelas paredes de pedra, como trovões, que ecoaram por Ponta Tempestade naquela noite.

Esmurrava a pedra com força e a mais pura violência. Suas mãos já eram calejadas da guerra, do cabo da espada e dos inúmeros enfrentamentos resolvidos com as mãos nuas. Continuou até cansar, com as mãos já ensanguentadas. Não dormiria mais naquela noite, não o faria pois tinha medo.

O mais doloroso dos medos. Aquele gerado pela esperança de revê-la, tê-la em seus braços e novamente perdê-la ao fim do sonho.*
Sir Stephen de Cromwell
Sir Stephen de Cromwell
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Ponta Tempestade, a Fúria dos Deuses Empty Re: Ponta Tempestade, a Fúria dos Deuses

Seg maio 28, 2018 10:49 pm
*Os raios róseos da aurora despontam na janela, e Arthas olha para os próprios punhos ensanguentados. Surpreendentemente, ele não se sente exausto, apesar das provações da noite. Após alguns segundos se ajustando a realidade que Arthas se dá conta de uma batida na porta de seu quarto, fina mais insistente, acompanhada de uma voz pequena, como a de um camundongo.*

-Sor Arthas? Sor Arthas? Está tudo bem ?
Arthas Baratheon
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Ponta Tempestade, a Fúria dos Deuses Empty Re: Ponta Tempestade, a Fúria dos Deuses

Sáb Jun 02, 2018 7:29 am
* Inicialmente, o bruto homem ignorou a voz irritante que o incomodava em uma hora tão imprópria. Talvez fosse por piedade em relação ao visitante que não o atendera imediatamente ou, ao invés da parede, seria a face dele a conhecer a sua fúria.

Caminhou até uma bacia com água límpida e lavou as mãos, retirando o sangue a pele superficial que já se desprendia por entre seus dedos. Pegou, em seguida, uma garrafa de vinho forte e derramou sobre os ferimentos. Os anos no ermo o fizeram conhecer os princípios básicos do tratamento de feridas. Ao fim do processo, rasgou seu lençol em dois pequenos pedaços e enfaixou as mãos.

Deixou o visitante chamar, por mais vezes. Até que se ergueu e abriu a porta. Arthas estava com o torso, grande e bem definido, nú. Suado e com as mãos envoltas no tecido já rubro. Seu olhar era violento, incontido. Era quase um animal pronto para dilacerar a sua presa. Sua voz, quando ressoou, foi baixa mas firme como um trovão ao longe no horizonte que se faz ouvir mas não está próximo o suficiente para assustar os ouvidos menos preparados para a tempestade.*


- Digas a que vem. Seja breve.
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